
Desde o início de 2023, a Arábia Saudita se consolidou como protagonista no mercado global de transferências: clubes como Al-Nassr, Al-Hilal, Al-Ittihad e Al-Ahli não apenas atraem ídolos no fim de carreira, mas investem massivamente também em talentos em desenvolvimento.
Trata-se de uma estratégia multimilionária que visa acelerar a competitividade da Saudi Pro League (SPL) e aumentar sua visibilidade internacional. Isso é parte do plano “Vision 2030” e do investimento em esportes como pilares do soft power do país.
CONTRATOS RECORDES
Os valores oferecidos a algumas das principais estrelas do futebol mundial demonstram sem sombra de dúvida o quão difícil é competir com os dólares dos sauditas. Abaixo citamos algumas das transferências ou renovações mais vultosas relacionadas ao país do Oriente Médio.
A renovação de Cristiano Ronaldo
- No último dia 26 de junho o supercraque português renovou com o Al‑Nassr por mais dois anos em acordo estimado em 492 milhões de euros (cerca de R$ 3,1 bilhões): salário anual de 178 milhões de euros (algo em torno de R$ 1,1 bilhão)), bônus de assinatura de 24,5 milhões de euros (R$ 157 milhões) e participação de 15 % no clube.
- Ronaldo já é o atleta mais bem remunerado do mundo desde que chegou ao clube em 2022, com renda próxima de R$ 1,5bilhão por ano .
Jhon Durán – transferência milionária
- Em janeiro deste ano, o colombiano Jhon Durán se transferiu do Aston Villa para o Al‑Nassr por 65 milhões de libras iniciais com cláusula que pode elevar para 71 milhões de libras. Aos 21 anos, Durán soma gols no esquema inspirado em Ronaldo.
Moussa Diaby – aposta estratégica
- Em julho/agosto de 2024, o francês Moussa Diaby, de 26 anos, saiu do Aston Villa rumo ao Al‑Ittihad por cerca de €60 mi (aproximadamente US$ 65 milhões), tornando-se um dos valores mais altos daquele verão europeu
- Seu impacto foi imediato: principal garçom da liga, trouxeram-no para formar duplas letais com Benzema e Bergwijn.
Ivan Toney – investimento ofensivo
- Também no verão de 2024, o atacante inglês foi contratado pelo Al‑Ahli por 42 milhões de libras (cerca US$ 35 milhões), consolidando a batida da liga: valores de elite europeu.
ESTRATÉGIA DE MÉDIO PRAZO: JUVENTUDE + RETORNO DE VALORES
Em 2024 e 2025, os gigantes sauditas passaram a adquirir com altos valores promessas em ascensão, na faixa dos 20-26 anos, diferente da primeira onda de veteranos:
- Marcos Leonardo (21 anos): Benfica → Al‑Hilal por 40 milhões de euros, demonstrando foco na próxima geração.
- Mohamed Simakan, 24 anos: Al-Nassr desembolsou 45 milhões de euros.
- Gabri Veiga, 21 anos: ingressou no Al‑Ahli por cerca de 40 milhões de euros, despertando críticas – Toni Kroos, por exemplo, o chamou de “embaraçoso”.
Essa mudança é notada por analistas e associação: em 2024, a média de idade dos top 10 reforços foi de 24,4 anos, quatro anos menor que há alguns anos.
VOZES DOS JOGADORES – DA GRANA AO FUTEBOL
- Bruno Fernandes afirmou que recusou proposta de £700 mil por semana (~US$ 910 mil/semana, ou £100 mi de multa) do Al-Hilal, destacando foco no futebol de elite, não somente dinheiro
- Neymar, ao deixar o Al‑Hilal após lesões graves, defendeu o País: “Não me surpreenderia se a liga saudita for melhor que a francesa”.
- Em fóruns, Romelu Lukaku tuitou: “O dinheiro dos clubes da Arábia Saudita não me atrai tanto”.
- Esses depoimentos refletem a dualidade: pacote financeiro gigante+ ambição esportiva, e para muitos, oportunidade competitiva com elenco de peso.
CONTEXTO GLOBAL
- Efeito dominó: Cristiano Ronaldo em 2022 abriu a frente; Neymar (2023) seguiu – ambos com contratos chocantes e marcantes.
- Janeiro 2025: Durán confirma apetite também por jovens talentos.
- Junho de 2025: Ronaldo renova, Diaby já é destaque, e a liga investe em Capex com estádios tema mundial, como o complexo do Neom onde Lacazette pode chegar.
- Tendência: mistura de estrelas veteranas – Ronaldo, Benzema, Mane, Diaby, Neymar (hoje de volta ao Santos) com jovens emergentes para criar equilíbrio entre retorno esportivo e mídia global.
CONCLUSÃO
A Arábia Saudita se firmou como um superpoder financeiro no futebol, estimulando:
- Contratos bilionários (como com Cristiano Ronaldo) — o maior da história esportiva;
- Compras de elite (Durán, Diaby, Toney, Marcos Leonardo, etc.) com valores entre 40 e 60 milhões de euros
- Uma nova filosofia: atrair jovens promissores, não apenas veteranos;
- Uma ambição esportiva legítima, amparada por escala financeira monstruosa.
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Em síntese, o futebol saudita cruzou da esfera dos astros consagrados para o campo das parcelas estratégicas: quer competir, formar campeões e deixar legado — tudo impulsionado por um poder financeiro sem precedentes.