Geromel e Kannemann: zagueiros gremistas nada devem aos europeus

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Geromel e Kannemann
Geromel e Kannemann (foto: Lucas Uebel / Grêmio / Divulgação)

Nos vários campos de várzea que ainda existem país afora, na hora de fazer uma cata-cata para formar os times para uma pelada, surgem vários meios campistas e atacantes, em detrimento daqueles que jogam na defesa.

Para a maioria, o legal é ser atacante. Não precisa ter a preocupação de marcar ninguém e tem mais visibilidade perante a torcida, principalmente quando marca um gol.

Na cultura do nosso futebol há uma valorização maior pelos atacantes, ao contrário dos europeus, que valorizam os zagueiros.

Mas, a despeito disso, o futebol brasileiro continua sendo um celeiro de bons jogadores e craques em todas as posições. E sempre tivemos bons zagueiros – Brito, Leônidas, Luis Pereira, De Léon, Mauro Galvão, Gamarra, Wilson Gotardo, Mozer, entre outros – à altura dos melhores da Europa, como, por exemplo, Virgil van Dijk (Liverpool) e Aymeric Laporte (Manchester City). 

Já há algum tempo, o Grêmio possui uma dupla de zaga – o paulista Pedro Geromel, e o argentino Walter Kanemann – que, penso, não é exagero afirmar que é a melhor do Brasil.

Geromel, que iniciou sua carreira nas categorias de base da Portuguesa em 1996, está no Grêmio desde 2O13, contratado à época, por empréstimo, junto ao clube espanhol Mallorca. Firmou-se no time gremista e, com Kannemann, contratado pelo Grêmio em 2016, após ter sido campeão da Libertadores pelo San Lorenzo, encontrou um companheiro perfeito.

Geromel é um zagueiro técnico, joga com elegância e sobriedade. Ganhou a Libertadores em 2017 e, convocado para a Seleção Brasileira, disputou a Copa do Mundo em 2018, ano em que foi eleito o melhor zagueiro do Campeonato Brasileiro.

Kannemann, assim como Geromel, possui um futebol técnico, embora, talvez pelas especificidades da sua posição, a quarta zaga, sobressai também pela raça, a intensidade com que joga todas as partidas, o corpo a corpo. Mas, tudo isso, sem apelar para as faltas, para os carrinhos assassinos.

Mirando-se na dupla de zagueiros gremistas, muitos peladeiros e jovens promessas, devem hoje optar em jogar como zagueiros nas peladas, principalmente se forem torcedores gremistas.

Afinal, os ídolos são fundamentais em todos os esportes. São a alma que os impulsiona e formam novos adeptos.