Clima quente antecede duelo decisivo entre Remo e Goiás

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Estádio Mangueirão Lotado/Foto: Divulgação - Governo do Pará

O clima em Belém está longe de ser apenas de expectativa esportiva para a rodada final da Série B do Brasileirão-25. A partida entre Remo e Goiás, no domingo, às 16h30, no Mangueirão está sendo classificada como de alto risco. 

Em campo estarão duas equipes que lutam diretamente pelo acesso à Série A, mas fora das quatro linhas cresce uma atmosfera de rivalidade intensa, alimentada por torcedores e comentaristas dos dois estados.

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EXPECTATIVA

O Goiás chega à rodada em quarto lugar, com 61 pontos, dependendo somente de si para garantir o retorno à elite. O Remo, por outro lado, está em sexto com 59, precisado vencer o Esmeraldino e torcer por uma combinação favorável de outros resultados. Para uma torcida que amarga mais de 30 anos fora da Série A, a esperança é grande, assim como a tensão.

Com todos os jogos das equipes que brigam pelo acesso marcados para o mesmo horário, a pressão se multiplica. E a segurança se torna um elemento central para o evento no Mangueirão.

SEGURANÇA E RIVALIDADE À FLOR DA PELE

A  Polícia Militar do Pará montou uma operação especial para o duelo. A disputa direta e a expectativa de casa cheia motivaram um plano de segurança ampliado, com escolta reforçada, bloqueios de acesso e divisão de setores no estádio.

As tensões cresceram especialmente após comentários provocativos de alguns comunicadores locais, que inflamaram o ambiente. Isso motivou líderes políticos a se manifestarem. 

APREENSÃO

O vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, torcedor declarado do Esmeraldino, afirmou que confia na organização paraense, mas não esconde sua apreensão: “É um jogo de enorme importância e a rivalidade sempre aumenta nessas horas. Disse ao governador paraense que espero um cuidado especial com a delegação do Goiás, porque o ambiente promete ser muito intenso.”

A conversa entre Daniel Vilela e o governador paraense Helder Zahluth, remista de arquibancada, ocorreu em tom cordial. Ambos pediram calma às torcidas e garantia de segurança aos atletas.

REMO CONTA COM O APOIO DA MASSA AZUL

O clima no Baenão durante a semana foi de mobilização total. O técnico Guto Ferreira sabe que a pressão é grande, mas tenta transmitir equilíbrio ao elenco. Ainda que dependa de resultados paralelos, o Remo só tem um caminho: vencer.

Guto reconhece o tamanho do jogo e reforça a importância do aspecto emocional. “Treinamos forte e conversamos bastante. Os jogadores entenderam o peso da partida, mas também sabem que não podem se deixar dominar pela ansiedade. O Mangueirão vai pulsar, e precisamos transformar isso em energia positiva.”

O treinador também destacou que estudou minuciosamente os pontos fortes do Goiás e acredita que o time sabe “os atalhos para encontrar o gol”, expressão que tem repetido com frequência nos treinamentos fechados.

A torcida azulina promete lotar o estádio e criar um ambiente hostil ao adversário. Para muitos torcedores, o duelo representa uma chance de fazer história após décadas de frustrações.

GOIÁS CONFIA NA REGULARIDADE COM CARILLE

No lado goiano, a palavra de ordem é controle emocional. O time chega com vantagem matemática e depende apenas de si, mas sabe que o Mangueirão pode se transformar em um caldeirão. 

O técnico Fábio Carille tem trabalhado exatamente para evitar que seus jogadores se afetem pelo ambiente. Carille reconhece o caráter tenso da partida, mas demonstra confiança: 

“É um jogo grande, de decisão, e nosso grupo está preparado. Sabemos o que precisa ser feito. Enfrentar o Remo aqui não é simples, mas entendemos os caminhos para disputar cada bola com inteligência, sem perder a serenidade.”

PORTÕES FECHADOS

A equipe esmeraldina treinou com portões fechados ao longo da semana para ajustar marcações e transições rápidas, fundamentais nas estratégias do treinador.

Caso vença, o Goiás confirma o retorno imediato à Série A. Em caso de empate ou derrota, dependerá dos demais placares, cenário que os jogadores querem evitar a qualquer custo.

CIDADE EM EBULIÇÃO

Belém vive, desde o início da semana, um clima de final. Os bares discutem escalações, os táxis e ônibus comentam possibilidades de acesso, e as ruas próximas ao Mangueirão já exibem bandeiras, faixas e vendedores ambulantes antecipados.

As duas equipes chegam com narrativas fortes: de um lado, o Remo tentando quebrar uma espera de mais de três décadas; do outro, o Goiás buscando confirmar a campanha consistente que manteve ao longo do campeonato.

CONCLUSÃO

O confronto tem todos os ingredientes de um grande jogo e também todos os elementos que justificam a atenção rigorosa das autoridades. Dentro de campo, promete ser uma batalha técnica e emocional. Fora dele, será um teste de organização, segurança e civilidade.