O futebol como refúgio: histórias de imigrantes que recomeçaram suas vidas jogando bola

174
bola
Imagem: divulgação

O mundo moderno é marcado por deslocamentos forçados e desafios de integração entre povos. O futebol tem se revelado mais que um esporte, pois é uma ponte para novas oportunidades e uma válvula de escape para quem busca recomeçar em outras terras.

De Barcelona a São Paulo, conheça um pouco das iniciativas comunitárias que ajudam a acolher migrantes e refugiados, dando-lhes esperança e possibilidade de reconstruir suas trajetórias existenciais.

FC DARNA: UMA NOVA CASA EM BARCELONA

Nascido da necessidade de jovens migrantes, em especial procedentes do Marrocos, o F.C. Darna foi fundado em 2019.

“Migraram para Barcelona e formaram um time de futebol para se agarrar mais à vida, que era tão sofrida”, destacou o treinador da equipe, Sergi Llamas.

O nome “Darna” é bem significativo, pois é a palavra árabe para “Lar”. Reflete o objetivo do clube de ser um ambiente acolhedor e seguro. Um dos jogadores, Zakaria Ezzouyn, destaca:

“Cruzamos o mar com um sonho: jogar pelo Barcelona, e aqui encontrei uma nova família”, lembra o atleta. Fonte: theguardian.com

LOS JUGONES: RESPEITO E INCLUSÃO EM MADRID

Não é apenas na Catalunha que a Espanha tem se destacado com iniciativas do gênero. Afinal, em Madrid o clube Los Jugones tem sido um grande exemplo de diversidade.

“Sempre me senti bem-vinda e respeitada. Jogo com hijab (véu) e ninguém questiona. Se ele cai durante o jogo formam um círculo ao meu redor até que eu esteja pronta”, explica Samira Amaazoule, jogadora marroquina do clube.

O técnico Ángel Bellón enfatiza que o grupo promove a igualdade de gênero e a integração cultural.

“Em um time, sempre somos melhores juntos”, enfatiza o treinador da equipe de Madrid.

COPA DOS REFUGIADOS E MIGRANTES NO BRASIL

Em nosso País, a Copa dos Refugiados e Migrantes abrange jogadores de diversas nacionalidades, promovem a integração e o respeito `diversidade. No ano de 2022 a competição teve 76 seleções e mais de 1.5 mil atletas de 48 países.

Foi o maior evento esportivo reunindo refugiados e migrantes no Brasil. A competição é muito mais que uma competição esportiva. Afinal, também oferece atividades culturais e oficinas que fortalecem os laços entre as comunidades, tanto brasileiras quanto as que vieram do exterior.

HISTÓRIAS DE SUPERAÇÃO E ESPERANÇA

Algumas histórias de vida comprovam como o esporte, em especial o futebol, dão a seres humanos preciosos esperança e um novo significado. Uma delas é a jogadora Baka Diarra, que fugiu do Mali, na África.

“Graças aos Dragones de Lavapiés (outro clube de Madrid) posso agora focar na minha vida”, afirma.

Ussri Badawi também é refugiada. Ela fugiu do Darfur, no Sudão, aos 14 anos. Vê o futebol como uma maneira de superar traumas e construir uma nova identidade.

O IMPACTO SOCIAL DO FUTEBOL

É mais, muito mais que entretenimento. Trata-se de uma poderosa ferramenta de inclusão social. Eventos como a Copa Pernambucana de Migrantes e Refugiados, realizada em Recife, também promovem no Brasil a integração sociocultural por meio de palestras, apresentações e culturais e, claro, jogos.

O Brasil sempre foi considerado um País de povo acolhedor e amigável e mais do que nunca o futebol é uma ponte entre os povos, para ajudar a quem chega a nosso País fugindo e em situação de sofrimento.  A linguagem universal do esporte mais popular pode integrar e ajudar na busca de nova identidade.

CONCLUSÃO

Numa época em que casos de racismo às vezes mancham o bom nome do esporte, a integração de migrantes e refugiados é uma contraparte perfeita. Afinal, somos todos membros de uma mesma humanidade e temos de respeitar nossas diferenças.

O futebol também faz a sua parte nesta história. Afinal, como dizem, o mundo é uma bola!