
No próximo domingo às 17 horas (de Brasília), Flamengo e Bayern de Munique se enfrentam no Hard Rock Stadium, em Miami, nos Estados Unidos, pelas oitavas de final do Mundial de Clubes da FIFA.
A partida promete ser um duelo entre gigantes continentais, mas um fator fora das quatro linhas pode pesar muito na balança: o calor. Com previsão de temperaturas acima dos 34 °C no momento do jogo, o clima da Flórida pode se transformar num importante aliado para o clube carioca diante de um Bayern vindo do fim de uma desgastante temporada europeia.
MORAL EM ALTA
O Flamengo chega com moral. Afinal, na fase de grupos, o time liderado por Filipe Luís conquistou sete pontos – duas vitórias e um empate – e terminou na liderança de sua chave. Já o Bayern, mesmo favorito em seu grupo, avançou em segundo lugar, com seis pontos, após uma derrota para o Benfica na última rodada.
O desempenho dos bávaros foi questionado principalmente pelo nível físico e pelas oscilações durante os jogos, reflexo de uma temporada europeia intensa e repleta de lesões.
CALOR E MARATONA
Além da maratona de jogos, o Bayern agora encara outro obstáculo: o clima quente e úmido de Miami. A maioria dos atletas alemães está acostumada a temperaturas bem mais amenas nesta época do ano.
“Esse tipo de calor é diferente do que eles enfrentam na Europa. A umidade, a intensidade do sol… tudo isso afeta diretamente o rendimento físico”, afirma o fisiologista esportivo Thiago Ribeiro.
“Se o Flamengo souber controlar o ritmo do jogo, com posse de bola e transições bem dosadas, pode fazer o Bayern se desgastar mais rapidamente”, recomenda o profissional.
A diferença de aclimatação entre as equipes pode ser decisiva. Enquanto o Bayern chegou aos Estados Unidos poucos dias antes do início do Mundial, o Flamengo já vinha realizando treinos no local. A preparação antecipada teve como objetivo justamente adaptar os jogadores às condições climáticas da Flórida.
OPINIÕES
Para o ex-jogador e comentarista Walter Casagrande, o fator climático pode ser mais do que uma vantagem: pode ser decisivo. “O calor vai castigar o Bayern, sem dúvida. Esses caras estão vindo de uma temporada puxada, e muitos ainda se recuperam de lesões ou desgaste muscular. O Flamengo, que tem um elenco forte fisicamente e está mais adaptado ao calor, pode tirar muito proveito disso. Não digo que o Bayern está entregue, mas vai ser um jogo muito mais parelho do que muitos pensam”, afirmou Casagrande em entrevista à TV Globo.
Filipe Luís, evitou adotar o clima como uma arma, mas reconheceu que o fator pode ser relevante. “Temos que estar preparados para tudo. Claro que o calor influencia, mas o principal é manter o foco tático e mental. Não podemos contar com isso como garantia de vitória”, declarou o técnico, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira.
PREOCUPAÇÃO ALEMÃ
Do lado bávaro, a comissão técnica já demonstrou preocupação. O auxiliar técnico Peter Hermann comentou brevemente sobre as dificuldades enfrentadas nos treinos.
“Não é fácil manter a intensidade. Estamos fazendo ajustes na preparação física e na hidratação dos atletas. Esperamos que até domingo eles estejam em boas condições, mas é um desafio real”.
CONCLUSÃO
O duelo promete ser um choque de estilos – e de temperaturas. De um lado, um Bayern tradicionalmente dominante, mas desgastado e fora de sua zona de conforto climática.
Do outro, um Flamengo que, apesar do respeito ao adversário, vê no calor e no ritmo sul-americano uma oportunidade única de avançar às quartas de final do Mundial e, quem sabe, buscar o título da competição.
Se o futebol dentro de campo vai decidir, o termômetro de Miami pode muito bem pesar na balança.