Atlético (MG) vive momento tenso antes de jogo na Sul-Americana

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Atlético (MG)
Atlético (MG) (foto: Site Oficial do Atlético Mineiro)

O Atlético Mineiro ocupa atualmente o 9º lugar no Brasileirão-25, com 20 pontos, e enfrenta preocupação dupla: dificuldades financeiras graves e um elenco visivelmente tenso.

Apesar da vitória por 1 x 0 fora de casa diante do Bucaramanga, que deixa o time próximo da classificação na Sul-Americana, o alvinegro mineiro caminha em cena de crise que pode ameaçar sua estabilidade esportiva e institucional.

DÍVIDA ASTRONÔMICA E SALÁRIOS ATRASADOS

Os dados mais atualizados apontam que a dívida total do Galo já ultrapassa R$ 1,8 bilhão, montante que inclui débitos de salários, imagem, luvas, FGTS e parcelas de.

Apenas no elenco masculino, montantes atrasados referentes ao salário de julho e direitos de imagem de junho chegaram a atrasar quase duas semanas até serem quitados em 15/07, segundo o Futebol Interior.

Mesmo assim, elementos do elenco – incluindo Rony – decidiram tomar medidas legais. O atacante oficializou pedido de rescisão contratual por inadimplência de mais de dois meses, porém recuou após conversa com a cúpula do clube.

Além de Rony, outros atletas como Gustavo Scarpa, Guilherme Arana e Igor Gomes notificaram o clube cobrando direitos de imagem e premiações.

VOZES DO ELENCO

Rony comentou após um recuo no litígio com o clube:

“Fui aconselhado por Cuca e diretoria, e confio que tudo será posto em dia”.

Guilherme Arana, que também notificou o Atlético, declarou em privado:

“Não é só por mim, mas pela estabilidade do grupo. Sem segurança, o clima pesa”.

Já o zagueiro Lyanco, após pagamento em meados de julho, afirmou:

“Estamos confiantes. O que importa é o que falam para a gente e mostramos dentro de campo”.

REPERCUSSÃO

O comentarista esportivo Henrique André comentou a postura da diretoria:

“A reunião convocada para 23/7 busca estancar a crise, mas se novos atrasos ocorrerem, a insatisfação só crescerá”.

Do lado da gestão, Rubens Menin, sócio majoritário da SAF, postou nas redes:

“O Atlético tem responsabilidades, e as honra. Tem compromisso, e os cumpre. Um projeto de longo prazo está sendo construído com seriedade”.

COMO O CLUBE CHEGOU À ATUAL SITUAÇÃO?

A dívida, que já ultrapassava R$ 2,3 bilhões em 2024, foi reduzida, mas segue em patamar muito elevado. Segundo o economista César Grafietti, são necessários aportes da ordem de R$ 500 a R$ 600 milhões para equilibrar as contas.

O plano do clube, que em 2024 visava eliminar o déficit até 2026, foi estendido para 2028. Enquanto isso, receitas oscilam, a gestão da Arena MRV e parcelas do PRO FUT e perene complicam os fluxos financeiros.

RISCOS

No Brasileirão, o Galo soma duas derrotas seguidas. Mesmo saindo de campo com a vitória em Bucaramanga, o time terá pela frente hoje à noite o duelo de volta na Sul-Americana e no fim de semana encara o Flamengo no Maracanã pela Série A.

A insatisfação no elenco, se não for resolvida em definitivo, pode refletir em queda de rendimento ou até desmobilização, segundo aponta Henrique André.

CAMINHOS PARA A ESTABILIDADE
  1. Aporte emergencial – os investidores da SAF precisam liberar somas imediatas (R$ 600 milhões ou mais), como antecipou Grafietti.
  2. Plano de pagamento coerente – cronograma financeiro transparente para quitar salários, direitos de imagem e bônus.
  3. Gestão de clima interno – reuniões periódicas para escuta ativa dos atletas, com comunicação clara e medidas rápidas.
  4. Desinvestimento estratégico – venda de ativos não-essenciais, cessão de percentuais da SAF ou renegociação da arena.
CONCLUSÃO

O Atlético (MG) vive um momento delicado: dívida bilionária, atrasos recorrentes, instabilidade emocional no elenco e campanha irregular. Apesar da classificação encaminhada na Sul-Americana, o sucesso esportivo depende de liberação imediata de recursos, compromisso real da gestão, clareza na comunicação e clima organizado.

Se esse ciclo vicioso continuar, a crise extracampo pode contaminar o desempenho dentro das quatro linhas, minando até as conquistas dentro de campo.