O futebol nas periferias: sonhos, realidade e transformação

76
Foto: Projeto Karanba
Foto: Projeto Karanba

Enquanto o mundo da bola segue com suas inúmeras competições, clubes milionários e craques famosos em todo o planeta, uma legião de jovens sonha em um dia ter uma oportunidade.

Nascidos em áreas de baixa renda, eles precisam de apoio dos órgãos públicos e da iniciativa privada para terem alguma chance. Abaixo analisamos alguns projetos de inclusão e colhemos depoimentos de quem vive esta realidade.

O CENÁRIO DESIGUAL DO FUTEBOL BRASILEIRO

No Brasil, o futebol é parte da nossa cultura. Entretanto, a disparidade entre os grandes centros esportivos e os territórios periféricos nunca foi tão evidente. Enquanto jogadores trocam milhões em contratos, a realidade para muitos jovens nas periferias é: falta de infraestrutura, ausência de escolinhas e dificuldades para participar de programas sociais.

INICIATIVAS FAZEM A DIFERENÇA

Felizmente, existem iniciativas que mudam esse panorama. Em Heliópolis, São Paulo, o Projeto Futebol Heliópolis oferece aulas gratuitas para cerca de 150 jovens, de 14 a 17 anos. A proposta vai além do esporte: integra educação, cidadania, combate à violência e incentivo aos estudos.

DEPOIMENTOS DE PROTAGONISTAS

Sophia Maia, 15 anos (Projeto Futebol Heliópolis):

“Ter um projeto como este é muito importante, principalmente para as meninas e para os meninos que estão começando agora… é bom ter este espaço para mostrar o talento e fazer o que gosta”.

Danilo Henrique, 14 anos:

“Tem muita gente que não tem condições de pagar para ir numa escolinha… e estes projetos são importantes porque ajudam a combater esse círculo vicioso [drogas e violência]…”

BOTELHO FC: PAIXÃO NO PARÁ

Em Belém, o Botelho FC, criado em 2021, atende cerca de 120 jovens entre 13 e 17 anos. Fundador Eder Botelho destaca que o critério principal é estar estudando. “Formar atletas, mas principalmente cidadãos”.

NOVA GERAÇÃO EM SÃO GONÇALO (RJ)

No Rio, o Centro de Treinamento Nova Geração, fundado por Nei Sidney em 2008, atende até 20 anos de idade. Nei afirma:

“o que importa é que as mentes fiquem ocupadas, que saiam das ruas…”
O projeto distribui reforço alimentar às famílias e serve como alternativa para atividades nocivas.

KARANBA: DIVERSIDADE E EXCELÊNCIA

Com mais de mil jovens, meninos e meninas, do Rio de Janeiro, o Projeto Karanba (sediado em São Gonçalo) traz intercâmbio internacional e conquistas em torneios europeus. A união com clubes de base promove inclusão e gera oportunidades reais.

APOIO INSTITUCIONAL: KITS ESPORTIVOS

Em fevereiro de 2025, o Piauí reforçou essa realidade ao entregar kits esportivos para 30 escolinhas via o Projeto Geração, da Secepi.

MANAUS: ESPORTE NA PERIFERIA

No bairro Jorge Teixeira, o “JB Real Futebol Time” atende cerca de 50 crianças. O vereador Ivo Neto destaca:

“O esporte muda vidas, o esporte muda realidade. Aqui, iniciativas

CONCLUSÃO: POR UM ESPORTE MAIS INCLUSIVO

Em junho de 2025, o futebol nas periferias do Brasil vive um momento de expansão, com projetos diversos que comprovam: é possível transformar vidas.

Mas é necessária uma atuação mais estratégica, conectada e permanente para garantir que o sonho não seja apenas de poucos. Que esse esforço sirva como modelo para um Brasil onde todo jovem tenha a chance de escolher seu caminho — dentro ou fora de campo.