O Novorizontino segue em 2025 como uma das forças da Série B do Campeonato Brasileiro, mas mais uma vez vive a angústia de “bater na trave” e não garantir o tão sonhado acesso à elite do futebol nacional.
O clube do interior paulista está atualmente em quinto lugar na tabela, com 54 pontos, empatado com Chapecoense, Criciúma e Remo, mas atrás dos concorrentes nos critérios de desempate.
Na última rodada, o Tigre do Vale enfrentou o Amazonas fora de casa e ficou no empate sem gols, resultado que obviamente não agradou diante da intensa disputa por uma vaga entre os quatro primeiros da competição nacional.
Apesar de uma campanha consistente, ainda falta dar aquele passo decisivo que o torneio exige. “Acreditamos no potencial do nosso grupo e sabemos que é uma competição de detalhes. Estamos focados para corrigir pontos que temos deixado escapar, principalmente a consistência nos momentos decisivos”, comentou o treinador Enderson Moreira, que chegou ao clube este ano com a missão clara de levar o Novorizontino à Série A após anos de tentativas frustradas.
A RÁPIDA ASCENSÃO DO TIGRE DO VALE
Fundado em 2010 para reviver o legado deixado pelo extinto Grêmio Esportivo Novorizontino, o clube teve uma trajetória rápida no futebol paulista.
Cinco anos depois, o clube conquistou seu primeiro acesso à elite do Campeonato Paulista e no ano passado chegou às semifinais do estadual, surpreendendo a muitos com uma campanha sólida e um futebol competitivo. O Tigre aposta forte na formação de atletas e conta com o apoio dos torcedores e empresários locais para crescer.
Meio-campista do atual elenco, Matheus Frizzo, ressalta a força do Novorizontino como um clube jovem com espírito de grandeza: “Temos um grupo focado e uma estrutura que, apesar de jovem, está crescendo a cada ano. Queremos fazer história e virar esse jogo, subindo para a Série A. A torcida merece.”
Já o comentarista esportivo Carlos Henrique destaca: “Novorizontino é um case de sucesso para clubes com menos tempo de estrada. Eles fazem boa gestão e têm mostrado força na Série B, embora precisem administrar pressão nos momentos decisivos.”
O QUE IMPEDIU O ACESSO NOS ÚLTIMOS ANOS?
Nos últimos anos, o Tigre com certeza tem demonstrado potencial para estar entre os quatro primeiros, mas fatores como oscilações de desempenho em jogos-chave, dificuldades para manter a regularidade e até aspectos emocionais pesaram contra.
A Série B é conhecida por ser extremamente competitiva, com times experientes e tradicionais travando batalhas acirradas até a última rodada. Isso exige muita regularidade e logística durante vários meses.
Enderson Moreira, que foi campeão da Série B pelo Botafogo, reforça a ideia de foco e superação: “Não é só ter qualidade técnica, é preciso jogar com inteligência, saber administrar a pressão e aproveitar as oportunidades. Nosso time tem crescido nesse sentido, e cada jogo é uma final para nós.”
O zagueiro Rafael Donato complementa: “Temos um elenco jovem e competitivo, só falta manter a concentração do início ao fim do campeonato para alcançarmos o acesso.”
EXEMPLO DO MIRASSOL
Enquanto o Novorizontino busca seu lugar na Série A, o Mirassol, clube vizinho do interior paulista, já conseguiu o feito inédito de subir no ano passado e vem fazendo bonito na elite do futebol brasileiro. O Tigre do Vale quer seguir o mesmo caminho do Leão Caipira, que toma como exemplo.
O Mirassol tem mostrado que com planejamento, estrutura e uma base bem formada, times menores podem não apenas chegar ao topo, mas também se manter. Com exemplos assim, o Novorizontino ganha referências para sua própria caminhada.
“Time pequeno também pode disputar de igual para igual com grandes. O Mirassol é a prova disso. Eles montaram um grupo focado, desenvolvem seus jogadores e têm uma gestão moderna. O Novorizontino pode seguir esse caminho,” comenta o ex-jogador e analista Paulo Roberto.
