Pressionado e sem Neymar, Santos luta para evitar nova queda

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Imagem: Divulgação

O torcedor santista mais uma vez vive dias de aflição. Após o histórico rebaixamento em 2023, primeiro na vitoriosa trajetória do clube, e o rápido retorno à Série A no ano passado, o Santos volta a flertar perigosamente com o fantasma da queda.

A derrota por 1 x 0 para o Vitória, em plena Vila Belmiro, foi mais um duro golpe nas esperanças de estabilidade. O resultado, contra um adversário direto na luta contra o Z-4, escancarou as fragilidades de um time que, apesar de ainda fora da zona de rebaixamento, segue à frente do rival baiano apenas pelo número de vitórias.

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Com 31 pontos após 28 rodadas, o Peixe ocupa a 16ª colocação e terá um novo desafio nesta semana: enfrentar o Botafogo, atual campeão brasileiro e quinto colocado na tabela, no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.

Mais do que um teste técnico, o confronto será um verdadeiro desafio psicológico para um elenco que pelo menos por enquanto ainda não conseguiu se encontrar na temporada.

UM RETORNO SEM ESTRUTURA

O retorno do Santos à elite nacional aconteceu em clima de festa, mas o planejamento para 2025 mostrou-se falho desde o início. Contratações pontuais, falta de peças decisivas e uma estrutura administrativa tumultuada têm sido ingredientes de uma campanha irregular.

Apesar da chegada de Juan Pablo Vojvoda, treinador que fez história no Fortaleza, os resultados não vieram. Em seis jogos sob seu comando, o time venceu apenas uma vez, empatou duas e perdeu três. A média de gols marcados caiu, e a instabilidade defensiva aumentou.

“O futebol é um processo. Temos que reconstruir a confiança e reencontrar nosso jogo. A pressão existe, claro, mas precisamos trabalhar com paciência e convicção”, afirmou Vojvoda após a derrota para o Vitória.

NEYMAR E AS PROMESSAS QUE NÃO SE CUMPRIRAM

A volta de Neymar ao Santos causou euforia entre os torcedores. Havia esperança de que o camisa 10, ainda se recuperando de lesões recorrentes, pudesse ajudar, ao menos nos bastidores, a levantar o moral do elenco e contribuir com sua experiência.

No entanto, a temporada do craque formado na Vila tem sido marcada por ausências. Lesionado novamente, Neymar não tem conseguido participar ativamente do dia a dia do clube.

Em rara aparição nas redes sociais, o astro lamentou a situação do time. “Dói ver o Santos nessa situação. Sempre acreditei que poderíamos brigar lá em cima, mas infelizmente as coisas não estão saindo como o planejado”, declarou.

CRISE FORA DE CAMPO AUMENTA A PRESSÃO

Se dentro de campo os resultados preocupam, fora dele o ambiente é de pura tensão. A torcida tem cobrado intensamente a diretoria, que segue sendo alvo de críticas pela má condução do futebol profissional. Protestos têm se tornado frequentes nos arredores da Vila Belmiro, com faixas, gritos e até ameaças a dirigentes e atletas.

O atacante Rollheiser, um dos principais nomes do elenco, desabafou após mais um resultado ruim: “A gente sente a pressão. Queremos ajudar, mas às vezes parece que tudo está contra. Falta confiança, falta apoio, e isso pesa demais”.

A diretoria tenta se defender alegando problemas financeiros herdados da gestão anterior, além de dificuldades no mercado para encontrar jogadores que se encaixem no perfil exigido por Vojvoda. Contudo, os resultados desastrosos em campo só aumentam a irritação dos torcedores.

PRÓXIMOS JOGOS

O futuro imediato do Santos é desafiador. Após o confronto contra o Botafogo, o time enfrentará o Fortaleza – rival direto na luta contra o Z-4 – na Vila Belmiro e o Palmeiras na capital paulista, com o alviverde brigando pelo título. Em seguida, ainda encara o forte Flamengo no Maracanã, com o rubro negro também na disputa do torneio nacional.

O desempenho em casa tem sido abaixo do esperado. A Vila Belmiro, tradicionalmente uma fortaleza, já viu o Santos ser derrotado várias vezes neste Brasileirão. A ausência de uma liderança dentro de campo e o clima tenso nas arquibancadas contribuem para essa queda de desempenho.

A missão de Vojvoda é clara: reorganizar o time taticamente, recuperar atletas-chave e, acima de tudo, resgatar a confiança de um grupo que parece emocionalmente abalado.

CONCLUSÃO

Apesar das críticas, a torcida santista segue firme. Em grupos de redes sociais e fóruns especializados, muitos torcedores ainda acreditam em uma virada.

O histórico vencedor do clube, que revelou craques como Pelé, Robinho e o próprio Neymar, serve de motivação para aqueles que se recusam a aceitar um novo rebaixamento.

Mas o campeonato está acabando e se o Peixe não reagir nas próximas rodadas, o time pode se ver de novo no temido Z-4, desta vez sem o fôlego e a estrutura necessários para escapar.