A enganadora seleção de Tite e o ‘gordo’ Neymar

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Neymar (Foto: Lucas Figueiredo)
Neymar (Foto: Lucas Figueiredo)

O Brasil bateu o Chile em Santiago na noite da última quinta-feira por 1 x 0, chegou a sete vitórias consecutivas nas Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar e manteve 100% de aproveitamento na competição com seis pontos de vantagem sobre a segunda colocada, a Argentina. Tudo bem, então com a Seleção “canarinho”? A torcida já pode esperar pelo hexa? Nem tanto.

A seleção de Tite quebrou um recorde que durava 52 anos, quando o time tricampeão no México, na época comandado pelo lendário e polêmico técnico João Saldanha, venceu seis partidas consecutivas nas Eliminatórias. A atual seleção caminha firme rumo à classificação para o Catar, mas não parece ter ganhado ainda a confiança da torcida brasileira.

A verdade inegável é que os adversários são bem inferiores ao Brasil e mesmo os mais tradicionais como Uruguai ou Colômbia – com a possível exceção da Argentina – passam por período de “entressafra” e não têm apresentado um bom futebol. Falta à CBF no mínimo agendar alguns amistosos com as fortes seleções europeias que sirvam de teste reais para o time de Tite.

Contra um enfraquecido Chile em Santiago o treinador brasileiro pode, talvez, alegar que tinha muitos desfalques. Jogadores que atuam na Premier League não tiveram a autorização de seus clubes para servirem á Seleção nas Eliminatórias, mas nada justifica que os chilenos, especialmente no primeiro tempo, tenham tido tamanha supremacia em campo. Afinal, em dados momentos o Chile chegou a ter cerca der 70% de posse de bola.

Tite poderia no mínimo ter acionado Hulk ou pelo menos ter escalado Gabigol – em fase exuberante no Flamengo – em sua melhor posição em campo, mas o treinador permaneceu inabalável em seu estilo e opções táticas.

Neymar foi um “espetáculo” negativo à parte. Não jogou bem, errou lances bobos e perdeu boas chances para marcar. Estava displicente em campo e visivelmente fora de forma, algo que já tinha sido percebido pela imprensa europeia em alguns compromissos pelo seu clube, o Paris Saint Germain. Alegar que a “camisa era de tamanho grande” e por isto parecia mais gordo é quase uma ofensa à inteligência de quem assistiu à patética apresentação do atleta contra o Chile.

O próximo compromisso do Brasil nas Eliminatórias é contra a forte Argentina de Lionel Messi e Di Maria, este último o autor do gol do título dos hermanos sobe os próprios brasileiros na última Copa América em pleno Maracanã. 

Um teste mais difícil sem dúvida, mas mesmo que passe pelos portenhos a Seleção ainda tem muito a evoluir para ganhar a confiança da torcida de que terá chances reais de levantar mais uma Copa do Mundo em 2022.