
Nos últimos dez anos, os zagueiros passaram por transformações muito grandes. Esses atletas são diferentes dos defensores de antigamente! Hoje, eles são mais estratégicos, construtores de jogadas e, em alguns casos, até mesmo artilheiros. A revolução defensiva não é um acidente, mas uma necessidade trazida pela forma como o futebol é jogado na atualidade.
Uma Mudança de Papel para os Defensores
Em tempos anteriores, o papel do defensor era o de um “destruidor”, que se concentrava apenas em bloquear. Hoje, ele é um “construtor”, iniciando ataques, rompendo as linhas defensivas dos adversários e fazendo gols.
Essa mudança é um sinal da evolução tática que o futebol passou. A posse de bola e as transições rápidas tornaram-se uma parte indispensável de qualquer estratégia de defesa de equipe. É tão importante para um defensor ser capaz de fazer passes precisos e estar ativamente envolvido na construção de jogadas quanto ser forte na defesa.
Estatísticas demonstram que Mudanças Estão a Caminho
Os defensores acumularam números impressionantes para mostrar que o progresso é real. Por exemplo, John Stones, do Manchester City, tem uma taxa de sucesso em passes longos excepcional de 92% — melhor do que muitos meio-campistas! Além disso, ele faz 85 passes por jogo e muitos deles resultam em quebrar as linhas do adversário.
Outro exemplo é Virgil van Dijk, que venceu 79% de seus duelos aéreos e tem uma precisão de passes de 90%. Esses números fornecem evidências empíricas de como os defensores se tornaram importantes na construção de jogadas e na distribuição de passes.
Para ilustrar o trecho “Uma Mudança de Papel para os Defensores”, vale recorrer às palavras de Gérard Piqué, falando sobre a transformação da função de zagueiro ao comentar a carreira de Rio Ferdinand:
“Agora a posição de zagueiro não é apenas sobre defender ou ser duro. É sobre saber jogar futebol, controlar a bola, passar e ficar confortável em posse. Isso é algo que, há 10 anos [na Inglaterra], eles não entendiam. Rio foi o primeiro a fazer isso.” — Gérard Piqué
Esse depoimento reforça exatamente o ponto de que o defensor moderno deixou de ser “destruidor” puro para assumir também o papel de “construtor” de jogadas.
O Impacto Global: Defensores que Definem Tendências
Internacionalmente, defensores como Rúben Dias estão na vanguarda desse novo movimento. Um de seus atos foi ser votado o Melhor Jogador da temporada 2020/2021 na Premier League da Inglaterra. (Ele foi o primeiro defensor desde 1989 a receber esse prêmio.) A liderança e o desempenho constante que ele trouxe à defesa do Manchester City também se mostraram inestimáveis.
“Dias é um zagueiro que lidera a linha defensiva e, ao fazer isso, ajuda os companheiros a tomarem boas decisões […]. É um jogador capaz de viver cada momento da partida, sempre focado no que tem a fazer, e ele faz seu parceiro jogar melhor.” — Pep Guardiola, treinador do Manchester City
Agressivo na defesa e bom no ataque, o zagueiro do Paris Saint-Germain, Marquinhos, é conhecido por marcar gols decisivos em jogadas de bola parada. Um dos defensores mais completos, graças à sua versatilidade e habilidades de liderança.
“Sou um jogador rápido, com bom senso de posicionamento, que ganha muitas bolas e impõe meu jogo, graças à capacidade de iniciar ataques desde a defesa.”
— Marquinhos
O zagueiro do Manchester City, John Stones, oferece uma nova perspectiva sobre a defesa na era moderna. Na lista de 2023 dos melhores defensores do mundo, publicada pela revista FourFourTwo, ele foi classificado como o número um. O jogo de Stones é uma mistura de defensor e meio-campista, envolvido na fabricação e distribuição de jogadas.
“John pode fazer coisas que a maioria dos defensores não faz — um drible aqui, uma inversão de jogo ali — e é isso que o destaca. Ele cumpre seu papel defensivo, mas também aparece com algo especial que faz dele um dos melhores.” — Joleon Lescott, ex-zagueiro do Manchester City
O Brasil Está um Passo Além
No Brasil, não apenas jogadores como Fabrício Bruno tiveram sucesso como defensores, mas também se destacam de seus pares por suas habilidades técnicas e táticas. Como zagueiro do Cruzeiro, Fabrício, com 1,92 metro de altura, vê sua missão como passar a bola para os atacantes à frente e faz bons passes longos sob pressão, uma capacidade que é incomum em clubes brasileiros fora do nível Allianz.
Seu tamanho, força corporal e corrida rápida fazem dele um jogador defensivo que também pode atuar como atacante.
Defesa no Futuro: Mais do que Zagueiros
O futuro do futebol sugere que os defensores desempenharão papéis cada vez mais multifuncionais. Além da defesa tradicional, os defensores do amanhã terão que ajudar a criar jogadas, romper as linhas de oposição e até marcar gols.
Em outras palavras, eles estão se tornando meio-campistas que recuam quando necessário. Esse desenvolvimento exigirá que os treinadores ajustem constantemente às novas exigências táticas e, em particular, aumentará a importância das habilidades técnicas dos defensores.
O fato de que o zagueiro se tornou uma posição-chave na construção de equipes vencedoras sugere como o futebol está mudando.
Com o jogo se tornando ainda mais dinâmico e intrincado, torna-se necessário que os defensores se encaixem em combinações ofensivas também.