
A eliminação precoce do Botafogo no Mundial de Clubes, após a derrota por 1 x 0 para o Palmeiras nas oitavas de final, segue gerando polêmica entre torcedores, analistas e até dentro do próprio elenco.
O principal alvo das críticas é o técnico botafoguense Renato Paiva, acusado de ter adotado uma postura excessivamente conservadora diante de um adversário considerado tecnicamente inferior ao PSG, que o Glorioso havia vencido na fase de grupos.
Contra o time parisiense, o Botafogo apresentou um jogo de cautela estratégica: linhas compactas, transições rápidas e um contra-ataque letal que resultou no gol da vitória, marcado por Igor Jesus. A atuação foi amplamente elogiada, inclusive fora do Brasil.
“Foi uma aula de como se defender com inteligência e saber machucar o adversário quando possível”, analisou o ex-jogador e comentarista Caio Ribeiro na ocasião.
TRÊS VOLANTES?
O mesmo não se pode dizer da partida diante do Palmeiras. A escalação inicial, com três volantes – com Danilo Barbosa no lugar de Gregore, suspenso – e sem nenhuma presença ofensiva constante, levantou suspeitas sobre a intenção real de Paiva. O técnico parecia mais preocupado em não perder do que em buscar a classificação. E o preço foi alto.
“Essa foi uma postura covarde“, disparou o ex-lateral e comentarista Léo Moura no pós-jogo da CazéTV. “O Palmeiras não é o PSG. Você não pode jogar esperando um milagre quando enfrenta um time que, com todo o respeito, é menos perigoso que o francês. O Botafogo entregou o jogo.”
PAIVA SE DEFENDE
O treinador justificou suas escolhas em entrevista coletiva: “Sabíamos que seria um jogo duro. Perdemos o Gregore por suspensão e tivemos que reestruturar o meio-campo. Coloquei Danilo porque precisava de alguém com mais pegada na marcação. Fizemos o possível dentro das condições.” A torcida alvinegra, porém, não perdoou.
Nas redes sociais, o torcedor alvinegro Carlos Fonseca (@Botafoguense1910) resumiu o sentimento geral: “Ficamos 100 minutos assistindo o Palmeiras tocar a bola. Quando resolvemos jogar, já era tarde demais. Isso não é o Botafogo que eu aprendi a amar.”
DERROTA NA PRORROGAÇÃO
A derrota veio no início da prorrogação, com gol de Paulinho, em uma jogada construída após mais uma falha de cobertura no lado esquerdo da defesa.
Só então o Botafogo tentou reagir e chegou a ter algumas chances, mas já era tarde. O que se viu nos minutos finais foi um time desesperado, sem organização, tentando corrigir em pouco tempo o que não construiu em toda a partida.
COVARDIA
“O futebol puniu a covardia”, cravou o comentarista esportivo Walter Casagrande em um programa de TV. “O Botafogo tinha elenco e momento para ir para cima, pra controlar o jogo. O Palmeiras não é um time qualquer, mas também não impõe o mesmo respeito que o PSG. Faltou coragem.”
Com a eliminação, o Botafogo dá adeus ao sonho do título inédito no Mundial e volta ao Brasil com a sensação de que o roteiro poderia – e deveria – ter sido diferente.
Resta agora saber como o elenco e, principalmente, Renato Paiva, vão lidar com a pressão crescente e com a inevitável pergunta: o que faltou foi estratégia ou coragem?