
Alguns clubes – caso de Palmeiras e Flamengo, por exemplo – há anos têm aberto os cofres e gastado muito em contratações. De uns tempos para cá, com a expansão das SAFs no futebol brasileiro, outros como Botafogo, Bahia ou Cruzeiro ou Bahia, também têm elevado seu poder de mercado. Com isso, cada vez mais surgem quem defenda o fair play financeiro, mas afinal, isto é realmente necessário?
Por que faz sentido pedir fair play financeiro?
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Sustentabilidade dos clubes
- Muitos clubes no Brasil gastam mais do que arrecadam, acumulando dívidas gigantescas.
- Se bem estruturado, o fair play financeiro impediria gestões irresponsáveis, pois forçaria os clubes a equilibrar receitas e despesas.
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Equilíbrio esportivo
- Alguns clubes com dívidas impagáveis continuam gastando acima do limite, o que desequilibra as competições. O fair play também viria para combater isso
- Clubes que seguem regras financeiras muitas vezes se sentem punidos quando concorrentes agem sem responsabilidade e sem consequências.
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Proteção ao negócio futebol
- O surgimento de clubes mais estáveis financeiramente torna o produto “futebol brasileiro” mais atrativo para investidores, patrocinadores e torcedores
Desafios específicos no Brasil
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Ausência de fiscalização e punições ineficientes
- Não existe ainda uma entidade nacional que atue com o mesmo rigor da UEFA na Europa, por exemplo
- As punições para quem desrespeita regras financeiras quase não existem ou pequenas
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Modelo político
- Muitas agremiações brasileiras ainda são associações sem fins lucrativos, suas são gestões amadoras e sujeitas a constantes mudanças na direção.
- Gestores deixam dívidas para seus sucessores sem serem responsabilizados
O que pode ser feito?
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Criação de um órgão regulador independente
- Pode existir algo semelhante à DNCG na França ou ao controle da Premier League no Reino Unido, por exemplo.
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Licenças financeiras podem ser exigidas
- Para disputar campeonatos os clubes teriam que comprovar que têm saúde financeira e capacidade de pagamento de seus atletas e funcionários
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Punições reais e efetivas
- Rebaixamento, perda de pontos ou exclusão de competições para quem não cumprir.
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Transparência obrigatória
- deve ser exigida a publicação regular de balanços auditados, com padronização das contas.
Exemplo: SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol)
A criação das SAFs no futebol Brasil já representa um passo importante em direção a uma maior responsabilidade financeira. Por serem empresas, as SAFs têm que seguir regras rígidas de contabilidade e estão sujeitas a serem responsabilizadas juridicamente.
Conclusão
Pedir fair play financeiro no futebol brasileiro faz muito sentido e não é apenas “choro” de perdedor, por mais que alguns clubes realmente enveredem por este caminho. Mas não basta só pedir: é preciso criar mecanismos de controle, transparência, punição e, principalmente, uma cultura de gestão responsável. Desta forma, o futebol brasileiro poderá se tornar mais competitivo, equilibrado e saudável financeiramente.