Vasco tem seis contratos vencendo e atletas já podem assinar acordos com outros clubes

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Fernando Diniz (Foto: Rafael Ribeiro / Vasco)
Fernando Diniz (Foto: Rafael Ribeiro / Vasco)

O Vasco a partir desta terça-feira, está tendo de lidar com um amplo processo de renovação de contratos de seus atletas. Seis acordos estão se encerrando e o Cruzmaltino talvez perca peças-chave de um elenco que já não tem muitas opções.

O goleiro Léo Jardim, além dos jogadores Puma Rodríguez, Alex Teixeira, Jair, Paulinho e Maurício já estão livres para fechar pré-contratos com outros clubes.

A cláusula da Fifa permite que estes atletas negociem com antecedência, sob risco de saírem de graça se não tiverem seus contratos renovados com antecedência.

Abaixo apesentamos um balanço das negociações que o Vasco terá de enfrentar nas próximas semanas. Quem deverá ficar e os jogadores que têm mais chance de deixar São Januário.

IMPACTO NO PLANEJAMENTO

Perder até seis jogadores com peso técnico e experiência significaria um grande baque no elenco. O goleiro titular, Léo Jardim, um dos destaques do Vasco nas últimas temporadas, já recusou quatro propostas de renovação – inclusive vínculo até 2029 com aumento salarial e a diretoria já está em alerta. Como foi ressaltado por um torcedor:

“Não acho que ele (Léo Jardim) deva sair. Ele já levou mais de dois frangos esse ano. Mas frango é algo que acontece com todo goleiro… ele vem provando ser um dos melhores goleiros em atividade no Brasil”.

Atrás da meta necessária, porém prestes a ativar uma cláusula automática, o Vasco respira aliviado, mas ainda precisa assegurar seu principal nome.

NEGOCIAÇÕES EM CURSO: QUEM TEM DIÁLOGO ATIVO?

Puma Rodríguez: há negociações desde janeiro, com interesse mútuo. O uruguaio, convocado por Bielsa, deseja garantias de protagonismo e ajustes salariais.

  • Paulinho: recuperado de lesão séria, o meio-campista está em conversas com proposta de um ano, renovável por metas. Há otimismo, apesar de desempenho irregular (atuou em 22 jogos, dez como titular).
  • Jair: com salário acima do teto, foi afastado para preservar possibilidade de venda, mas reintegrado por Fernando Diniz. A diretoria propõe redução salarial e contrato por dois anos + metas.
  • Léo Jardim: ativo por cláusula contratual até 2026, mas busca segurança e valorização com proposta ambiciosa.
  • Alex Teixeira e Maurício Lemos: tendências diferentes. Teixeira, reintegrado por Coutinho, tem trajetória discreta e olhar voltado a uma possível saída sem renovação. Lemos tem gatilho automático por metas de minutagem — porém com pouco uso, apenas cinco jogos — e pode ser negociado via novo contrato.
RISCO DE PERDER PEÇAS-CHAVE: EFEITOS EM CAMPO

A perda de Léo Jardim enfraqueceria o sistema defensivo, deixando o time vulnerável ao substituí-lo por opções menos experientes (‘Pablo’ ou Fuzato), o que poderia significar menos defesas decisivas e mais gols sofridos.

Paulinho e Jair formam o coração do meio, com funções complementares: se saírem juntos, o setor perderia firmeza, posicionamento e liderança – funções difíceis de repor internamente.

Já Teixeira, mesmo em baixa, atua como referência ofensiva e histriônica dentro de campo; a saída dele afetaria o comando de ataque e as tramas ofensivas.

ESTRATÉGIA FINANCEIRA: ENTRE DÍVIFAS E CONTROLE DE GASTOS

O Vasco enfrenta dívidas urgentes – como a pendência de US$ 600 mil ao Al-Shabab – e tem adotado postura austera para reduzir folha salarial. O clube tenta evitar renovações que comprometeriam o equilíbrio financeiro.

A saída de atletas com altos salários (como Jair ou Teixeira) poderia gerar alívio orçamentário imediato. Por outro lado, perder jogadores sem retorno financeiro (pré-contrato) significa abrir mão de ativos valiosos – um contrassenso – já que nomes como Puma, se valorizado internacionalmente, poderiam render bons recursos ao clube.

PRAZO APERTADO E PLANO DE EMERGÊNCIA

A diretoria tem tempo curto para fechar contratos válidos para 2026. Após isso, o Vasco seria obrigado a aceitar saídas sem compensação. O plantel, então, precisaria de contratações pontuais com perfil econômico, aproveitando passagens pela base, mercado livre ou empréstimos – em paralelo a tratamento de dívidas e reestruturação financeira.

POSSÍVEIS DESTINOS
  • Léo Jardim: sondado por clubes europeus e brasileiros de primeira divisão, segue valorizado.
  • Puma Rodríguez: ofertas da Europa e América do Sul, interessados no lateral que ganha visibilidade na seleção uruguaia.
  • Jair e Paulinho: mercado intermediário da Série A, além de clubes da MLS/bet Série A.
  • Alex Teixeira e Lemos: mais probabilidade de terminar carreira ou negociar com equipes de menor porte/mercados menos competitivos.
EFEITOS EM CAMPO E ENTRE TORCEDORES

Se renovarem os seis, o Vasco mantém a espinha dorsal formada nesta temporada, com continuidade tática e cabeça preservada. A torcida veria segurança e estabilidade.

Caso contrário, o risco de queda de rendimento é alto — o Vasco correria risco de instabilidade defensiva e ofensiva, além de desgastar o treinador com retrabalho de montagem de novo núcleo.

PALAVRAS DOS PROTAGONISTAS
  • Fernando Diniz (técnico): “Ele [Jair] é fundamental no nosso meio, tem leitura incrível, reforçar esse setor é prioridade”.
  • Membro da Diretoria (Presidente Pedrinho) sobre Léo Jardim: “Ele é ídolo em formação. Fomos longe com propostas até 2029, acreditamos no projeto”.
  • Puma Rodríguez: “O projeto esportivo é o mais importante; quero sentir que faço parte de algo grande”.
CONCLUSÃO

O prazo para a renovação das seis peças é curto e cercado de pressão. Do ponto de vista esportivo, manter os atletas reforça a competitividade e consolida o projeto de Diniz. Na parte financeira, por outro lado, a cautela é essencial para equilibrar ativos, dívidas e caminhamento sustentável.

Caso algumas dessas peças sejam perdidas, a diretoria precisará agir rápido: reforçando com calma, apostando em garotos da base e evitando o risco de um plantel vazio.