Carreiras meteóricas x longevas: o que determina a duração no topo?

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Buffon
Foto: Buffon/Divulgação

No universo do futebol, a trajetória de um jogador pode seguir rumos muito distintos: enquanto alguns brilham intensamente por poucos anos e se despedem precocemente dos gramados, outros mantêm alto rendimento por mais de uma década. Mas o que determina se uma carreira será meteórica ou longeva?

A resposta passa por um conjunto de fatores: genética, estilo de jogo, lesões, disciplina fora de campo, suporte psicológico e, claro, uma dose de sorte. Em nosso texto, abordamos a questão com alguns depoimentos de quem convive com o mundo da bola.

OS QUE ‘DURAM’

Entre os exemplos mais emblemáticos de longevidade está Gianluigi Buffon, que se aposentou em 2023 aos 45 anos, após mais de duas décadas como referência no gol da seleção italiana e da Juventus.

Outro caso, mais próximo de nós, é o do lateral brasileiro Cafu, campeão do mundo em 1994 e 2002, que se manteve em alto nível nos gramados até os 38 anos.

Cristiano Ronaldo, atualmente com 40 anos e ainda atuando em altíssimo nível, é mais um grande exemplo de longevidade com qualidade dentro das quatro linhas. “O que ele faz fora de campo é tão importante quanto dentro. Ele é exemplo de alimentação, descanso e treino personalizado”, afirmou Fernando Hierro, ex-companheiro de clube e técnico da seleção espanhola na Copa de 2018.

O supercraque português cada vez mais encanta o mundo do futebol com suas grandes  decisões, desafiando o tempo e escrevendo seu nome como um dos maiores de todos os tempos no esporte mais popular do planeta

BRILHO PASSAGEIRO

Por outro lado, há os que encantam em pouco tempo, mas desaparecem rapidamente do cenário. Um exemplo clássico é Adriano, o “Imperador”, que brilhou na Inter de Milão e na seleção brasileira nos anos 2000, mas enfrentou dificuldades pessoais e perdeu o foco no esporte ainda antes dos 30 anos.

Alexandre Pato, outro talento precoce, surgiu como estrela no Internacional e no Milan, mas as lesões recorrentes e decisões questionáveis sobre sua carreira o afastaram do topo antes dos 28 anos.

“O Adriano tinha tudo para ser o melhor do mundo. A força, a técnica, o carisma. Mas o emocional pesou demais”, comentou Tite, ex-treinador da seleção brasileira, em entrevista a um programa televisivo.

TREINO, CABEÇA E CONTEXTO

Para Eduardo Maluf, preparador físico com passagens por clubes como Atlético (MG) e Cruzeiro, o segredo da longevidade está no equilíbrio: “O jogador que entende que o corpo é seu instrumento de trabalho consegue render mais tempo. Mas também precisa de um entorno saudável: família, amigos, mentalidade”.

Hoje, clubes de ponta investem cada vez mais em acompanhamento psicológico e monitoramento individualizado, em busca de prolongar a vida útil dos atletas.

No entanto, nem sempre isso é suficiente. “Alguns talentos são como cometas. Aparecem, encantam, e vão embora. E isso também faz parte da magia do futebol”, reflete Dunga, capitão do tetra e técnico da seleção brasileira em duas Copas.

CONCLUSÃO

Em resumo, não há fórmula mágica para a longevidade dentro das quatro linhas. Porém, podemos apontar como fatores favoráveis a disciplina, suporte e saúde física e mental. Estes são os pilares fundamentais comprovados, que separam os que passam dos que permanecem.