A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vem ampliando de forma estratégica os investimentos nas categorias de base por meio dos seus Centros de Desenvolvimento.
São estruturas voltadas à formação de jovens talentos e ao fortalecimento do futebol nas cinco regiões do País. A iniciativa visa reduzir desigualdades regionais, qualificar profissionais e preparar novos atletas de maneira mais ampla e inclusiva.
As unidades são parte do programa CBF Social e têm como principal função oferecer infraestrutura de ponta para a formação técnica, física e educacional de atletas entre 13 e 17 anos. Além disso, servem como polos de capacitação para treinadores, árbitros e demais profissionais do futebol.
OPORTUNIDADES
Segundo o coordenador de base da CBF, José Couceiro, a ideia é “criar oportunidades em regiões tradicionalmente esquecidas pelo futebol de alto nível, descentralizando a descoberta de talentos e promovendo um desenvolvimento mais equitativo”.
Couceiro destaca ainda que os centros também trabalham com projetos sociais, buscando o desenvolvimento humano e esportivo de crianças em situação de vulnerabilidade.
Atualmente, estão em funcionamento Centros de Desenvolvimento em Recife, Porto Velho, Riacho Fundo (DF) e Teresina, com mais unidades previstas para o Sul e Sudeste do país.
Cada centro possui campos de futebol com gramado oficial, salas de aula, áreas médicas, alojamentos e refeitórios, permitindo que o atleta permaneça em regime de concentração durante os treinamentos e capacitações.
NORTE E NORDESTE
Em Porto Velho, por exemplo, o centro foi inaugurado em 2023 e já atende cerca de 200 jovens da região Norte. “Aqui, pela primeira vez, nossos meninos têm acesso a treinadores licenciados pela CBF e a uma estrutura que antes só existia nos grandes clubes do Sudeste”, afirma Francisco Oliveira, coordenador local do centro.
Além da formação esportiva, os centros desenvolvem atividades educativas e de cidadania. “O futebol é a porta de entrada, mas nosso objetivo é formar cidadãos. Muitos dos que passam por aqui talvez não se tornem atletas profissionais, mas sairão mais preparados para a vida”, diz Maria Eduarda Souza, assistente social do centro de Teresina.
A CBF também tem promovido torneios e intercâmbios entre os centros, estimulando a competitividade e a integração entre diferentes culturas regionais.
A ideia é que, a médio e longo prazo, essas iniciativas reflitam não apenas na revelação de craques, mas em um futebol brasileiro mais justo, diverso e representativo.
Com esses investimentos, a CBF dá sinais claros de que enxerga o futebol de base como um ativo estratégico. Como afirmou recentemente o ex-presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, “sem uma base forte, não há Seleção forte. E para isso, é preciso investir onde antes ninguém investia”. A nova gestão na entidade máxima do futebol brasileiro também quer caminhar no mesmo sentido da formação.
