Jovens brasileiros na Europa: vale ir a clubes médios antes dos gigantes? Exemplos de sucesso como Firmino e Marquinhos

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Firmino
Firmino

A trajetória de jogadores brasileiros rumo ao futebol europeu costuma envolver decisões estratégicas: ir direto para os “grandes” como Real Madrid, Liverpool ou Juventus, por exemplo, ou dar um passo intermediário por clubes médios? Um passo em falso pode custar um “sumiço” da principal prateleira internacional.

Nos últimos anos, muitos jovens têm optado pela segunda rota. Mas será que vale a pena? Neste texto analisamos a questão, fornecendo alguns exemplos bem-sucedidos e questionamentos por parte de quem entende de futebol.

 O CAMINHO DA MATURIDADE E DA OPORTUNIDADE

Profissionais como o empresário Nick Arcuri, da agência Un1que, defendem que começar por clubes médios é ideal para o desenvolvimento:

“Quanto mais jovem chegam no exterior, existe um tempo maior para se adaptar… com tranquilidade para dar resultado em um futuro próximo”, opina.

Na prática, isso significa menos pressão, mais jogo e chances reais de mostrar serviço – ao contrário de grandes clubes, onde garotos muitas vezes ficam no banco ou no time B.

O jornalista esportivo brasileiro Pedro Venancio, corrobora:

“A sensação que fica é a de que deram um passo maior do que a perna… A partir do momento em que o atleta vira profissional, precisa enfrentar e vencer desafios de forma gradual”.

Exemplos reais? Roberto Firmino, revelado pelo Figueirense, foi aos 21 para o Hoffenheim (clube médio da Bundesliga) e se tornou ídolo do Liverpool. Marquinhos deixou o Corinthians para a Roma e hoje brilha como capitão do PSG e da Seleção. No presente, Andrey Santos (21), após empréstimo ao Strasbourg, provou seu valor na Ligue 1 e agora retorna ao Chelsea com status consolidado.

A PRESSA PODE ATRAPALHAR O POTENCIAL?

Já críticos, como o ídolo Zico, alertam contra a saída precoce:

“Os jogadores brasileiros vão para a Europa muito cedo… perdendo suas raízes… se um jogador não é resiliente, ele volta porque não alcançou seu potencial máximo lá”.

Aos 72 anos, Zico lembra que muitos jovens não jogam nas ligas alemã ou italiana e acabam estagnados. Treinadores brasileiros também destacam que partir cedo pode significar abrir mão de um amadurecimento técnico e tático aproximadamente no Brasil, com destaque em meio profissional, quando poderiam evoluir mais jogando com frequência em suas casas.

PONTOS DE EQUILÍBRIO

🔹 Oportunidade de minutos em campo

Clubes médios acomodam mais oportunidades, expõem os jogadores às exigências europeias (ganho físico, disciplina tática) e permitem que se destaquem sem a pressão imediata de uma grande transferência.

🔹 Apoio e estrutura adequados

Hoje, os jovens viajam com estafe, suporte psicológico e linguístico, o que tem reduzido o choque cultural.

🔹 Exposição e valorização

O processo de exposição nos clubes intermediários frequentemente impulsiona futuras vendas: atletas jovens como juiz, David Neres no Ajax ou Éderson na Atalanta se desenvolveram dessa forma.

🔹 Risco de estagnação

Por outro lado, se o jogador não receber chances consistentes, pode encalhar em empréstimos ou divisões inferiores – o que dificulta futuras vendas e progresso.

CASOS DE SUCESSO
  • Roberto Firmino: Figueirense → Hoffenheim → Liverpool.
  • Marquinhos: Corinthians → Roma → PSG e Seleção.
  • Andrey Santos: Chelsea → Strasbourg → retorno ao Chelsea com protagonismo.

Até hoje, Rodrygo, Vinícius Jr. e Gabriel Martinelli passaram direto para gigantes, mas tiveram adaptação e suporte fora do campo – casos até fora da hipótese de paradas intermediárias.

CONCLUSÃO

A ida para clubes médios na Europa é uma estratégia válida e, para muitos, mais prudente. Com suporte e paciência, oferece mais minutos, desenvolvimento e valorização gradual. No entanto, requer acompanhamento qualificado, pois sem isso, o talento do atleta pode ficar engavetado.