Longe dos holofotes: mulheres que revolucionam finanças nos clubes

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Roberta Fernandes
Roberta Fernandes/Foto: Instagram

Mulheres na diretoria de clubes masculinos de futebol brasileiro ganham um destaque discreto em 2025, impulsionando eficiência orçamentária em meio a crises financeiras comuns no esporte. 

Trajetórias como as de Jéssica Rezende no Goiás e profissionais semelhantes no Novorizontino exemplificam pioneirismo sem tanta cobertura midiática e fazem sucesso em seus clubes..​

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NO GOIÁS

Jéssica Rezende assumiu como diretora de marketing do Goiás Esporte Clube em outubro de 2024, retornando ao clube onde já havia brilhado em 2017 e 2018.

Sua experiência em gestão de multinacionais trouxe patrocínios recordes, como o maior da história do Verdão em 2025, elevando receitas em 40% sem alarde nacional.​​

“Em seu currículo, a profissional conta com vasta experiência no mercado nacional e com gestão de empresas multinacionais”, destacou o anúncio oficial do clube, enfatizando sua capacidade de transformar marketing em caixa real para contratações estratégicas.

Em 2025 Rezende otimizou campanhas digitais regionais, focando em torcedores esmeraldinos fiéis, o que estabilizou o orçamento em um ano de instabilidade na Série B.​

GESTÃO FINANCEIRA NO NOVORIZONTINO

No Grêmio Novorizontino, diretoras de gestão financeira emergem como pilares pós-2025, inspiradas em modelos como o de Renata Prieto, controller com foco em FP&A e modelagem financeira para clubes em ascensão. 

Essas profissionais implementaram controles rigorosos de orçamento, reduzindo dívidas em 25% via planejamento anual e monitoramento de cash flow, longe dos holofotes da mídia esportiva tradicional.​

TRAJETÓRIAS PIONEIRAS NO BRASIL

Roberta Fernandes, primeira CEO do futebol brasileiro e atual diretora jurídica do Fluminense, pavimentou o caminho para essas diretoras.

De 2014 a 2017 como CEO do tricolor das Laranjeiras, ela gerenciou crises financeiras com transparência, influenciando gestoras atuais em clubes menores. 

Seu legado inspira eficiência em orçamentos apertados, com foco em compliance e relatórios auditados que evitam os escândalos comuns em gestões tradicionais.​

EFICIÊNCIA ORÇAMENTÁRIA

Após o Brasileirão 2025, com rebaixamentos e calendários sobrecarregados, diretoras como essas cortaram custos sem sacrificar competitividade.

No Goiás, Rezende integrou marketing a finanças, gerando R$ 15 milhões extras em patrocínios locais; no Novorizontino, controles de OPEX e CAPEX estabilizaram o clube para 2026.​ Marianna Libano, no Coritiba, exemplifica o impacto: 

“Melhorar esse processo de aquisição, dar a devida transparência, estar efetivamente em cima das pessoas que adquiriram o Coritiba”, prometeu ela, focando em fiscalização limitada mas efetiva em regime parlamentarista. 

Essa abordagem reduziu déficits em 30% em clubes médios, provando que gestão feminina prioriza sustentabilidade sem holofotes.​

DESAFIOS E IMPACTOS REGIONAIS

Essas pioneiras enfrentam machismo velado e falta de visibilidade, mas entregam resultados concretos. Estudos de 2017 já apontavam trajetórias de quatro diretoras em clubes masculinos, com entrevistas revelando barreiras culturais persistentes até 2025.

No Nordeste e Centro-Oeste, como Goiás, elas adaptam estratégias a realidades locais, evitando o modelo de SAFs bilionárias de elite.​

O impacto se estende à Série A potencial de 2026, onde transparência financeira atrai investidores discretos, elevando patamares sem depender de estrelas masculinas.​

VISÃO DE FUTURO

Essas diretoras de sucesso preparam clubes para um futebol mais profissional, com OKRs e EPM em nuvens, como adotado por Prieto em suas gestões. 

Sem cobertura midiática, seu pioneirismo constrói bases sólidas para ascensões sustentáveis, transformando orçamentos enxutos em vitórias de longo prazo. O futebol brasileiro agradece em silêncio a essa revolução feminina.​