
Em 2025, o Campeonato Brasileiro da Série B protagoniza uma verdadeira revolução nas transmissões esportivas. Pela primeira vez, as Ligas – LFU (Liga Forte União) e Libra (Liga do Futebol Brasileiro) – realizaram a venda conjunta dos direitos, formando um modelo abrangente que envolve TV aberta, TV paga, streaming e plataformas digitais.
Essa abordagem diversificada com certeza marca um novo capítulo na visibilidade da competição e reforça seu potencial como produto esportivo moderno.
MODELO DE TRANSMISSÃO: MÚLTIPLOS PLAYERS E MAIOR ALCANCE
- TV paga e streaming: A Disney, por meio da ESPN e do Disney+, adquiriu todos os 380 jogos da temporada em um contrato de três anos por R$ 48,5 milhões por temporada. Esse acordo assegura cobertura completa da Série B em ambientes tradicionais e digitais pagos.
- TV aberta e YouTube: A RedeTV! retornou ao campeonato, transmitindo duas partidas por rodada (preferencialmente às quintas e sábados). Essas mesmas partidas também passam no canal Desimpedidos do YouTube, ampliando o alcance para o público online.
- Streaming gratuito e redes sociais: O Kwai garantiu a transmissão de um jogo por rodada, gratuitamente, com produção da Live Esporte e recortes disponibilizados em seu perfil.
Esse modelo multiplataforma permite que a Série B chegue a diferentes públicos: aqueles que ainda assistem à TV aberta, os consumidores de streaming por assinatura e, especialmente, os fãs mais jovens e acostumados ao consumo online, inclusive em tempo real.
BENEFÍCIOS PARA CLUBES E PARCEIROS
Os clubes vêm se beneficiando de várias frentes:
- Receita direta: A venda conjunta dos direitos já trouxe uma arrecadação de cerca de R$ 170 milhões para os clubes.
- Exposição e engajamento: A transmissão via YouTube e Kwai expande o alcance. Como destacou Yuri Romão, presidente do Sport:
“Esse tipo de ação é benéfico para o clube, cria uma relação mais próxima com os torcedores, e a repercussão também atinge outros públicos, o que pode ser resultado em novas receitas para o Sport. No geral, o aumento das opções da Série B gerou um impacto positivo para todas as agremiações, o que também foi refletido na atratividade aos patrocinadores.”, destaca um comentarista de Máquina do Esporte.
- Conexão com o público jovem: A coordenadora de marketing do Juventude, Madeline Juber, afirma:
“As partidas transmitidas via YouTube já são uma realidade e é importante que esta ferramenta seja cada vez mais bem explorada. […] as transmissões em streaming são também uma grande oportunidade em reaproximar o futebol do público mais jovem especialmente.”
- Narrativa diferencial: André Barros, co‑CEO da Ola Sports, empresa parceira do Desimpedidos, ressalta:
“A recente abertura das Ligas para novos players de transmissão de direitos abre a possibilidade de diferentes narrativas sobre o evento, construindo assim um produto muito mais forte e com uma conexão mais legítima com o fã do esporte.”
- Autenticidade e proximidade: Antonio Abibe, CEO da NWB (empresa do Desimpedidos), reforça:
“Essa parceria com a Ola Sports reforça nosso compromisso em inovar na forma de conectar o torcedor ao futebol. A oportunidade de transmitir a Série B no Desimpedidos significa levar a resenha, a emoção e a autenticidade do nosso conteúdo para um campeonato que promete ser um dos mais disputados dos últimos anos.”
POTENCIAL DE TREND PARA A SÉRIE A?
A diversificação nas transmissões da Série B surge em um contexto mais amplo, onde o YouTube já se estabeleceu como um player relevante. Em 2025, a plataforma transmitiu ao menos uma partida de cada um dos 27 campeonatos estaduais.
No Brasileirão da Série A, também há movimento nesse sentido: a CazéTV, por exemplo, firmou contrato para transmitir um jogo por rodada gratuitamente no YouTube, com cobertura de clubes da LFU, até 2027.
Esses acontecimentos indicam uma tendência clara: a presença massiva de conteúdo esportivo ao vivo no YouTube e em plataformas digitais tem ganhado força como forma complementar, e eventualmente principal, de acesso ao futebol. O modelo adotado na divisão de acesso tem tudo para se estender à Série A, oferecendo:
- Alcance ampliado e gratuito – ideal para engajar jovens torcedores acostumados a consumir conteúdo nas redes.
- Monetização via publicidade e parcerias – com grande audiência, como já comprovado em estaduais e na Série B.
- Narrativas alternativas – mais informais, descontraídas, com influenciadores e comentaristas que dialogam com outra parcela da torcida.
Se consolidado, esse modelo pode transformar a dinâmica de negociação dos direitos, fragmentar ainda mais o mercado e exigirá adaptação das emissoras tradicionais, que precisarão competir com a autenticidade e interatividade das plataformas digitais.
CONCLUSÃO
- A Série B 2025 estreou um modelo de transmissão multiplataforma: ESPN/Disney+ (todos os jogos), RedeTV! e desimpedidos/YouTube (dois jogos por rodada), Kwai (um jogo por rodada).
- As Ligas LFU e Libra negociaram em conjunto, gerando cerca de R$ 170 milhões em receita.
- Clubes ganham visibilidade, engajamento, proximidade com torcedores jovens e atraem patrocinadores.
- Especialistas como Yuri Romão, Madeline Juber, André Barros e Antonio Abibe destacam os benefícios de conexão e inovação.
- A presença crescente do YouTube no futebol – inclusive na Série A via CazéTV – aponta para uma tendência duradoura de democratização e diversificação das transmissões.