A 26ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro de 2025 reforçou o que já vinha se desenhando: Coritiba e Goiás são os grandes favoritos ao acesso, mas nada está garantido.
Em termos de tabela, o Coxa lidera com 47 pontos, seguido de perto pelo Esmeraldino, que soma 45, mas vive uma fase de instabilidade – não vence há três partidas, incluindo uma derrota em casa para o Botafogo (SP), uma equipe em crise.
No duelo direto entre os dois primeiros colocados, realizado no Estádio Couto Pereira, o Coritiba e o Goiás empataram em 0 x 0, um confronto típico de alto grau de tensão, com respeito mútuo e pouca criação ofensiva. O empate deixa o Coritiba com uma vantagem pequena, mas real.
QUEM ESTÁ MAIS PREPARADO PARA O ACESSO?
Além de Coritiba e Goiás, há dois clubes que consistentemente têm figurado bem: Criciúma e Chapecoense. Ambos os times catarinenses estão no G-4 ou muito perto. Criciúma venceu a Chapecoense por 2 X 0 na 24ª rodada, ultrapassou sua rival e assumiu o terceiro lugar.
A Chapecoense, por sua vez, tem mantido estabilidade, mesmo com jogos equilibrados, bons rendimentos fora e em casa. No momento da rodada anterior à do clássico catarinense, ela estava em terceiro lugar com 41 pontos, sem perder nas últimas dez partidas.
Outro nome que surpreende é o Clube do Remo, que embora esteja “correndo por fora”, já começou a mostrar força em alguns jogos, fazendo frente a times mais tradicionais.
CORITIBA, LÍDER COM DESAFIOS INTERNOS
O Coritiba é hoje quem parece estar com o controle da situação. O técnico Mozart construiu uma defesa sólida, uma das defesas menos vazadas da Série B
Mas há um “quê” de preocupação ofensiva. O setor ainda não engrenou completamente. Em diversos jogos, o time dependeu demais de bolas paradas, ou de jogadas individuais.
O volante Filipe Machado, que foi contratado para reforçar o meio, comentou: “Entendemos melhor o que o Mozart pede” – frase chave para mostrar que, internamente, há um processo de amadurecimento tático e coletivo.
Mozart também tem destacado o coletivo como seu trunfo. Ele considera que apesar das críticas por algumas partidas menos criativas, o Coritiba está evoluindo. Para ele, a equipe precisa “se reinventar” ofensivamente para não depender só de defesa forte.
“Nos últimos anos, as minhas equipes produzem e fazem muitos gols. Pode ser um ano atípico até pelas defesas equilibradas”, admitiu o técnico Mozart, comentando o desempenho ofensivo do Coxa
GOIÁS COM OS ‘NERVOS À FLOR DA PELE’
Goiás já ocupou a ponta, mas sua fase recente tem causado preocupação. A queda de rendimento nos últimos jogos – sem vitórias e algumas derrotas em casa – deixa o time vulnerável.
Se continuar nessa oscilação, pode ver o Coritiba abrir vantagem. Além disso, o Goiás precisa ajustar urgências ofensivas e manter concentração defensiva nos momentos decisivos de jogo.
QUEM MAIS DISPUTA O ACESSO E SURPRESAS NA TABELA
- Criciúma: em terceiro, com bom aproveitamento em casa. Se conseguir manter a regularidade, especialmente em confrontos diretos, tem sombra para brigar forte pelo acesso.
- Chapecoense: com uma boa sequência de jogos, especialmente sem perder, pesa a favor do clube o fato de ter elenco entrosado e técnico com experiência.
- Novorizontino e Clube do Remo: ambas são azarões, mas perigosos. Se pegarem trancos e barrancos no momento certo, com vitórias seguidas, podem entrar no bolo de acesso ou pelo menos ameaçar os três primeiros.
QUEM CORRE RISCO DE CAIR
Na parte de baixo da tabela, embora não tenhamos aqui nomes específicos com estatísticas completas, alguns clubes já demonstram fragilidade:
- Equipes como Paysandu, Volta Redonda e outras com baixíssimo poder ofensivo e orçamentário estão entre os que mais sofrem para pontuar, para marcar gols, ou têm muitos jogos em que não criam chances claras.
- Times com menor investimento ou sem consistência técnica podem se complicar rapidamente. A Série B normalmente pune muito quem desce defensivamente ou que não aproveita ao menos os jogos em casa.
PROGNÓSTICOS
Levando em consideração momento, elenco, consistência e histórico:
- Favoritos ao acesso: Coritiba e Goiás. O Coxa, se mantiver equilíbrio entre defesa e uma evolução ofensiva, dificilmente sairá do G-4 e deverá garantir pelo menos uma das duas vagas principais. Goiás, pela história recente, elenco e ambição, tende a brigar até o final.
- Em seguida, Criciúma corre por fora com boas chances; assim como a Chapecoense, especialmente se mantiver sua sequência sem derrotas e souber explorar os confrontos diretos.
- Possíveis zebras: Remo e Novorizontino. Chances menores, mas não desprezíveis, desde que façam alguns jogos decisivos e se aproveitem dos momentos de vacilo de Coritiba/Goiás.
- Rebaixamento mais provável: clubes com orçamentos menores, elenco menos profundo, muitos desfalques ou sequência de jogos fora. Volta Redonda, Paysandu e Amazonas que já estão próximos da zona de queda ou que têm sofrido derrotas regulares -provavelmente três ou quatro times – correm risco real.
CONCLUSÃO
O futebol da Série B está numa fase em que favoritismos estão bem distribuídos, mas dois nomes emergem com clareza: Coritiba e Goiás. A diferença entre subir ou não vai passar por pequenos detalhes -aproveitamento em jogos decisivos, lesões, capacidade de adaptação tática e psicológico.
Time com melhor regularidade defensiva, que souber suportar pressão, pode ganhar vantagem. Por outro lado, os clubes que brigam para não cair precisam urgentemente estabilizar desempenho.
