O pesadelo do Botafogo: irresponsabilidade de Textor destrói até lembranças de 2024

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John Textor
Foto: Vítor Silva/Botafogo

O Botafogo viveu em 2024 um dos momentos mais gloriosos de sua longa história: campeão da Libertadores e do Brasileirão, com brilho, muito talento, torcida unida e com atletas se entregando a um belo projeto, enfim tudo de bom em um ano praticamente perfeito.

Com isso, a torcida alvinegra chegou a 2025 com otimismo renovado, esperanças de repetir, de crescer, de consolidar. Porém, os feitos de 2024 agora parecem lembranças distantes. Muitos culpam John Textor, acionista majoritário da SAF e, para boa parte da torcida e dos comentaristas esportivos, o responsável direto por quase todas as mazelas que se acumulam.

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FRUSTRAÇÃO

Aos poucos, o que era celebração virou frustração. Textor, norte‑americano com interesses em diversas frentes (Lyon, Eagle Football Group, etc.), parece ter subestimado a quão delicada é a manutenção de um projeto vencedor no futebol brasileiro.

O americano vendeu muitos jogadores-chave do time campeão, falhou em valorizá-los pelo impacto esportivo e menosprezou conquistas consideradas “menores” ou ainda relevantes como a Recopa Sul‑Americana e a Supercopa do Brasil – perdida para o Flamengo.

Além disso, o clube começou 2025 sem definir treinador fixo, apostou em escolhas que muitos consideram fracas, como Renato Paiva ‑ português com currículo duvidoso – e depois colocou Davide Ancelotti, visto por críticos como “estagiário”, no comando do time que devia reforçar seu prestígio. Os equívocos corroeram não só os resultados em campo, mas a confiança da torcida, a credibilidade institucional, o amor pelo clube.

DECISÕES E OMISSÕES QUE ABALARAM O GLORIOSO

Desmonte

Logo após os títulos de 2024, parte dos atletas campeões foram negociados ou liberados, enfraquecendo o elenco. Há quem diga que foi inevitável em função de finanças, mas muitos consideram que Textor não fez um planejamento para recompor com qualidade, nem para segurar peças essenciais. A perda de força no elenco deixou o time bastante vulnerável

Menospezo a competições

A Recopa Sul‑Americana e a Supercopa do Brasil, torneios com peso para a imagem, para a história e para a torcida, foram tratados de forma fria. A derrota para o Flamengo na Supercopa, por exemplo, ganhou ênfase negativa porque parecia que o clube nem deu importância ou não se preparou como deveria. Isso abala expectativas: se não respeita essas taças, como poderá honrar as maiores?

Problemas na escolha do treinador

Textor demorou muito para definir treinador no início de 2025. Primeiro, recusou‑se à pressa, como declarou: “não estamos com pressa por treinador”, mesmo com orçamentos grandes (R$ 360 milhões para contratações) apresentados.

O clube ficou semanas com técnico interino ou com lacunas na comissão técnica, o que gerou insegurança no elenco e nos torcedores. À escolha que se seguiu, Renato Paiva foi visto como aposta arriscada.

Depois, Davide Ancelotti assumiu numa conjuntura de crise. Muitos torcedores perguntam: por que não trazer um profissional brasileiro experiente, que conheça o futebol nacional, tenha tradição de conduzir times grandes?

Descaso com planejamento e comunicação

O planejamento parece faltar em várias frentes: reposição de jogadores, estrutura tática, definição de liderança, reação em momentos ruins. Jogadores criticaram publicamente a demora do clube em contratar treinador.

 Alexander Barboza foi um deles: ele falou que a ausência de um comandante fixo “atrapalha” e que isso não é coisa pequena. Savarino também se manifestou. A torcida, por sua vez, protestou: vazamento de número de Textor, gritos de “Fora Paiva”.

Polêmicas

Textor também protagonizou gestos simbólicos que irritaram a torcida. Na Recopa, após derrota (2‑0 para o Racing), ele jogou a medalha de prata para as arquibancadas. Um torcedor a segurou, e criticou: “Ele saiu jogando a medalha, não quer saber de nada, só quer saber do Lyon”.

Esse episódio, além de falta de respeito, foi visto como desdém à própria camisa. Outro episódio: ele rebateu críticas de ex‑presidentes ou comentaristas dizendo que “não têm informações completas”.

Texto do próprio Textor também dá pistas de que ele, em sua visão, acredita que parte da frustração é exagero ou provocada por desinformação. Exemplo: ao responder torcedores que o chamaram de “trambiqueiro favorito”, ele relembrou conquistas do clube (“Brasileirão, Libertadores, derrotar o PSG no Mundial de Clubes…”) e ironizou: “O futebol é realmente cômico, não é?”

DA GLÓRIA AO PESADELO
  • O Botafogo foi eliminado precocemente da Libertadores nesta temporada;
  • Também saiu da Copa do Brasil antes de alcançar as fases que se esperava de um campeão continental;
  • Está longe de garantir vaga para a Libertadores‑2026, correndo risco de nem mesmo figurar entre os times que disputarão;
  • Em campo, se arrasta: faltam ritmos, faltam convicção, faltam padrão de jogo consistente;
  • A incapacidade de Davide Ancelotti, cada vez mais visível, gera indignação na torcida, descrença, cobranças.

Torcedores dizem coisas como: “2025, até agora, foi uma bagunça: perdemos títulos que não tínhamos que perder, vendemos jogadores, contratações foram terríveis…”, e que “quando finalmente temos um técnico, é o péssimo Renato Paiva” – trecho vindo de fóruns de torcedores alvinegros que expressam muita indignação.

E Textor tenta responder, prometer retorno, dizer que vai dedicar mais tempo ao Botafogo em vez de Lyon, reafirmar seu amor pelo clube. Em junho, fez mea culpa e disse que passará “mais tempo a Botafogo”, reconhecendo implicitamente que estava distante de certas decisões

CITAÇÕES SOBRE O TEMA
  1. John Textor: “Loucura esses comentários. … Hoje, depois de conquistar um campeonato no Brasil, um campeonato na América do Sul … Agora, as pessoas não têm certeza se podem confiar em mim. O futebol é realmente cômico, não é?”
  2. Alexander Barboza (jogador do Botafogo): “O fato de o Glorioso ainda não ter um técnico atrapalha”.
  3. Richarlyson (ex‑jogador e comentarista): “A gestão do Textor é centralizadora. Quando ele tem que cuidar de mais coisas, como é o caso do Lyon, acaba prejudicando o Botafogo … Não vejo um planejamento sério para o time”
ATÉ QUANDO, TEXTOR?

A pergunta que ecoa nas arquibancadas, nos grupos de WhatsApp, nas redes sociais é simples: até quando essa direção vai testar a paciência de quem vive o clube de verdade?

Outros se perguntam até quando os torcedores vão aceitar desculpas, promessas e gestos simbólicos no lugar de trabalho sério, reforços de qualidade, planejamento estratégico, estabilidade de comando, respeito aos títulos e à história.

CONCLUSÃO

Textor tem capital, mas gestão de futebol exige mais do que recursos; exige humildade, sensibilidade, prioridades bem definidas, coerência. Se ele não conseguir entregar algo concreto em breve, se o time não reagir — com técnico forte, com elenco competitivo e a volta de um espírito de campeão, as lembranças de 2024 não servirão para aplacar a ira dos torcedores.