Boca Juniors: um gigante histórico agoniza na Argentina

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Torcida do Boca Juniors
Foto: torcida do Boca Junior/Site do clube

Boca Juniors em colapso: 11 jogos sem vitória e crise institucional

O Boca Juniors, o clube mais popular da Argentina, atravessa o pior momento esportivo de sua história: já são 11 partidas sem vencer – seis empates e cinco derrotas seguidas desde a última vitória em 19 de abril, contra o Estudiantes de La Plata.

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Neste período de três meses, acumulou eliminações vexatórias na Copa Libertadores 2025, na Copa Argentina e no Mundial de Clubes, sem conquistar um único título no semestre.

O QUE LEVOU À CRISE
  • Instabilidade na comissão técnica: desde a saída de Diego Martínez (setembro/2024), o clube passou por Fernando Gago, interino Mariano Herrón e voltou a confiar em Miguel Ángel Russo — que até agora não conseguiu uma vitória
  • Relações estremecidas entre jogadores e treinador ou diretoria: casos como o de Carlos Palacios levaram a atritos públicos; Russo evitou comentar o tema: “Não falo sobre o caso Palacios”.
  • Pressão incessante da torcida: protestos nas redes e na Bombonera com cânticos como “Que se vão todos, que não fique nenhum” e “A diretoria vai para o inferno. Rafael Di Zeo, líder da torcida, chegou a alertar: vestir o azul e ouro é “vencer ou morrer”.
  • Falha da gestão de Riquelme: o presidente Juan Román Riquelme enfrenta críticas pela falta de planejamento, pela instabilidade e ausência de resultados, mesmo após investir em contratações como Leandro Paredes e Ander Herrera
SITUAÇÃO IMEDIATA E PERSPECTIVAS
  • Classificação para a Libertadores 2026 ameaçada: o Boca ocupa posição intermediária no Clausura e na tabela anual. Ainda tem chance de vaga via playoffs ou título no Clausura, mas precisa de um “milagre” para se classificar automaticamente).
  • Desempenho coletivo pobre: posse de bola alta em jogos como contra Atlético Tucumán (74%) foi inútil pela falta de efetividade; os jogadores não cumprem funções táticas e a criação não flui
  • Risco de piorar: com pressão crescente, instabilidade técnica e clima interno conturbado, a tendência é que a situação se agrave se nenhuma medida for tomada rapidamente.
CITAÇÕES
  1. “– Eu assumo tudo, é justo que eu faça isso. Precisamos encontrar um caminho, continuar trabalhando”, declarou o técnico Miguel Ángel Russo após nova derrota.
  2. “A torcida gritou ‘Que se vão todos, que não fique nenhum’, relatou a imprensa sobre a reação dos torcedores no estádio e nas redes sociais).
  3. “Não falo sobre o caso Palacios”, disse Russo ao ser questionado sobre os atritos com o atleta chileno
PASSADO GLORIOSO

Até aqui em 2025, o Boca não conquistou nenhum título: zerou em Apertura, Copa Argentina, Libertadores e Mundial de Clubes, num desempenho apavorante para seus fanáticos torcedores.

Afinal, o histórico de títulos do clube inclui memoráveis 34 campeonatos argentinos, 6 Copas Libertadores, 3 Copas Intercontinentais, entre outros. Este cenário de crise soa quase inverossímil diante da grandeza construída ao longo das décadas.

POSSÍVEIS SOLUÇÕES
  • Libertação institucional: dissolver ou reformular o Conselho de Futebol (como já ocorreu parcialmente), trazendo especialistas com visão moderna e credibilidade.
  • Decisão técnica clara: definir um treinador experiente e comprometido, com autoridade para restaurar padrão de jogo e confiança; mudança de liderança técnica poderá dar novo ânimo.
  • Reconciliação interna: enfrentar os conflitos entre atletas, comissão e torcida publicamente, com diálogo transparente. Jogadores seniores como Cavani e Herrera podem atuar como ponte entre setores e aliviar tensão.
  • Reestruturação tática: adotar um sistema mais objetivo e funcional, com foco em compactação, transição e ofensividade sem posse estéril.
CONCLUSÃO

O gigantismo do clube, com sua história de glórias, e a enorme popularidade xeneize precisam ser levados em conta quando se fala do Boca Juniors. Porém, algo precisa ser feito com urgência para que a instituição sobreviva ao pior momento de sua trajetória.

O futebol – e não apenas o da Argentina – precisa que a grandeza do clube seja recuperada. Ainda há tempo, mas uma verdadeira revolução xeneize precisa começar!