
A reta final do Brasileirão 2025 promete emoções para o torcedor de três times cariocas. Botafogo, Fluminense e Vasco chegam às últimas rodadas com o mesmo objetivo: garantir uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores da América.
A disputa, no entanto, se dá em contextos muito diferentes – de técnica, confiança e desempenho – e promete movimentar a tabela e os corações no Rio de Janeiro.
O Botafogo aparece como o melhor posicionado até aqui. O Glorioso ocupa a sexta colocação, com 48 pontos, mas vive uma relação turbulenta com seu técnico, Davide Ancelotti, que não tem convencido a torcida e nem a imprensa especializada.
O Fluminense vem logo atrás, em sétimo, com 47 pontos, após nova derrota fora de casa, desta vez para o Ceará por 2 × 0.
Já o Vasco, comandado por Fernando Diniz, depois de uma arrancada notável, perdeu para o São Paulo na rodada passada e, com seis pontos a menos que o rival alvinegro, precisa desesperadamente vencer o clássico contra o próprio Botafogo, no Nilton Santos.
A matemática é clara: um triunfo do Cruzmaltino recoloca o time na briga; uma derrota pode ser o golpe quase fatal nas esperanças vascaínas.
Enquanto isso, o Fluminense terá de encarar o surpreendente Mirassol – atual quarto colocado – em um duelo complicado no Maracanã, no qual apenas a vitória interessa.
BOTAFOGO: UM FUTURO INCERTO
Mesmo em posição de vantagem, o Botafogo não inspira total confiança. O time de Davide Ancelotti tem colecionado atuações apáticas e demonstra dificuldade de adaptação tática durante os jogos. Falta repertório ofensivo e, sobretudo, leitura de jogo — um dos principais problemas apontados pela torcida e por comentaristas.
Como destacou o jornalista esportivo Paulo Calçade, em entrevista recente ao canal ESPN Brasil: “O Botafogo tem elenco competitivo, mas sofre com a falta de variação. Davide Ancelotti não consegue reagir às mudanças dos adversários e isso custa pontos. Em campeonatos longos, essa limitação pesa muito.”
Ainda assim, o Glorioso tem mostrado alguma solidez defensiva, o que explica a permanência no G-6. A equipe vem se apoiando em bons desempenhos de sua zaga, mas depende em excesso das jogadas individuais no ataque. Se quiser confirmar a vaga, o Botafogo precisará vencer o confronto direto contra o Vasco e evitar novos tropeços em casa.
FLUMINENSE: INSTABILIDADE QUE PREOCUPA
O Fluminense, por sua vez, vive um dilema técnico e emocional. Desde a chegada do argentino Luis Zubeldía, o time alterna boas partidas com atuações sofríveis, incapaz de manter sequência.
A derrota para o Ceará acendeu o alerta nas Laranjeiras, já que o desempenho foi abaixo da crítica — erros de passe, pouca criatividade e falhas defensivas.
Em coletiva após o jogo, reconheceu o momento de oscilação: “Precisamos encontrar equilíbrio. Temos bons momentos dentro das partidas, mas não conseguimos sustentar o rendimento. A Libertadores é o nosso foco, e precisamos reagir já contra o Mirassol.”
O problema tricolor é que o time parece sentir a falta de intensidade nos momentos decisivos.
A equipe depende da inspiração de alguns jogadores isolados. O Fluminense precisa urgentemente reencontrar a consistência que o levou ao título da Libertadores em 2023, caso contrário, corre o risco de ver o sonho continental se transformar em frustração.
VASCO: ENTRE A REAÇÃO E A INCONSTÂNCIA
Entre os três cariocas, o Vasco é, paradoxalmente, o que desperta mais simpatia entre os torcedores neutros. Sob o comando de Fernando Diniz, o Cruzmaltino ressurgiu na competição, mostrando futebol ofensivo e de posse, com vitórias convincentes sobre times do topo da tabela. No entanto, a derrota em São Januário para o São Paulo, na última rodada, foi um balde de água fria.
“Foi um tropeço doloroso”, admitiu o técnico Diniz em entrevista coletiva. “Mas o grupo está consciente do que precisa fazer. Temos um clássico pela frente e sabemos que, vencendo o Botafogo, tudo muda. Nosso objetivo é voltar a colocar o Vasco entre os grandes da América.”
O estilo de Diniz continua sendo tema de debate. Enquanto parte da torcida admira a proposta de jogo ousada, outros apontam falta de equilíbrio defensivo.A dúvida é se a equipe conseguirá render sob pressão, especialmente fora de casa, onde o desempenho tem sido irregular.
QUEM ESTÁ MELHOR NA BRIGA?
O Botafogo ainda é o mais próximo da vaga, por pontos e calendário. O time tem confrontos acessíveis após o clássico, mas depende de si mesmo e de uma reação de desempenho sob o comando de Davide Ancelotti.
O Fluminense vive momento mais delicado: precisa vencer adversários diretos e não tem convencido. O Vasco, apesar da distância, tem espírito competitivo e a chance de encurtar o caminho num duelo direto.
A disputa carioca pela Libertadores está longe de ser decidida. Um clássico pode mudar tudo, e um tropeço pode ser fatal. Como costuma dizer o ex-jogador e comentarista Edmundo, “o futebol carioca tem alma, mas precisa de constância. Quem tiver cabeça fria e bola no pé vai para a Libertadores; quem se perder na emoção, vai ver pela televisão”.
CONCLUSÃO
No momento, o favoritismo técnico e matemático é do Botafogo, ainda que sob desconfiança. O Fluminense tem elenco para reagir, mas precisa resolver suas fragilidades. E o Vasco, empurrado pela torcida e pela esperança, surge como franco-atirador perigoso. A próxima rodada, com o clássico entre Botafogo e Vasco e o duelo do Flu contra o Mirassol, promete ser decisiva.
Independentemente do desfecho, o Rio de Janeiro vive uma disputa que devolve ao futebol carioca a relevância nacional. Três clubes gigantes, três histórias distintas e um mesmo sonho: estar na Libertadores de 2026.



























