Depois de um jejum que durou várias rodadas, o Fortaleza reencontrou enfim o caminho da vitória no Campeonato Brasileiro 2025. No último sábado o Leão do Pici bateu o Red Bull Bragantino por 3 x 1, na Arena Castelão, com gols de Deyverson, Kuscevic e Lucca Prior.
A vitória não só foi simbólica por quebrar a sequência sem triunfos, como também foi a primeira no comando do técnico Renato Paiva, que assumiu o clube em meados de julho.
SITUAÇÃO AINDA DIFÍCIL
Apesar do triunfo, o Fortaleza ainda ocupa a 18.ª posição na Série A, com 14 pontos, permanecendo na zona de rebaixamento e com apenas um ponto a menos que o Santos, primeiro fora do Z‑4.
O desempenho da equipe até então representa um aproveitamento de cerca de 27%, com campanhas irregulares desde o início do torneio: 2 vitórias, 4 empates e 6 derrotas nas primeiras 12 rodadas sob Vojvoda, com saldo negativo de gols e apenas 10 gols marcados versus 18.
A troca de comando técnico foi oficializada em meados de julho: Juan Pablo Vojvoda, que estava no clube desde 2021, sofreu cinco derrotas seguidas no Brasileirão e uma eliminação precoce na Copa do Nordeste. Após a sua demissão no último dia 14, Renato Paiva foi anunciado oficialmente como seu sucessor no dia 17 de julho.
O CAMINHO DA RECUPERAÇÃO
Para escalar as posições e evitar o rebaixamento, o Fortaleza precisa avançar em diversas áreas:
- Mais precisão ofensiva: o time criou oportunidades por escanteio, pressão e bola parada no duelo contra o Bragantino, mas o rendimento ofensivo geral ao longo das rodadas foi pouco produtivo. A equipe marcou apenas 10 gols até a 12.ª rodada, longe dos concorrentes na parte de cima da tabela.
- Consistência no meio-campo e defesa: os recuos defensivos permitiram muitos gols sofridos — até junho, o saldo era de –6. A equipe precisa de mais compactação e equilíbrio na pressão alta sem sair exposta.
- Mentalidade e continuidade de evolução tática: segundo Renato Paiva, já existente algum progresso. Ainda assim, ele sabe que não basta um bom jogo: “No futebol nunca há nada definitivo. Podemos fazer dois ou três jogos muito bons e depois ter um jogo ruim. O que eu peço aos jogadores é que, aos poucos, estejam a elevar o nível”.
- Implantar suas ideias: o técnico português destacou que seu estilo não é melhor ou pior do que o de Vojvoda, apenas diferente. Ele ressaltou: “Vamos precisar de tempo, do tempo necessário. Temos que ser criteriosos, colocar as nossas ideias. Não são melhores, nem piores que a de Vojvoda, são apenas diferentes”.
VITÓRIA SOBRE O BRAGANTINO: REAÇÃO OU LAMPEJO?
Na 17.ª rodada, frente ao Bragantino, o Fortaleza demonstrou comportamento tático mais agressivo e estruturado. Abriu o placar aos 3 minutos com Deyverson, após escanteio, e ampliou com Kuscevic aos 18 minutos, em outro lance de bola parada.
O Bragantino conseguiu descontar com Pitta aos 37, mas o Fortaleza voltou com tudo no segundo tempo e definiu o jogo com Lucca Prior, logo aos 2 minutos, aproveitando falha do goleiro Lucão.
ANÁLISE
A análise da imprensa ressaltou que o triunfo foi fruto de boa atuação coletiva, pressões bem distribuídas e domínio nas jogadas aéreas. Paiva, porém, foi cauteloso ao afirmar que ainda há muito caminho a cumprir, apesar da evolução percebida.
É cedo para afirmar se esse resultado é o início de uma guinada sólida, mas é inegável que essa vitória trouxe fôlego e uma injeção de confiança ao grupo. São dois jogos – empate anterior contra o Bahia e essa vitória – sem derrota sob o novo comandante, demonstrando progresso na curva de recuperação.
CONFIANÇA E URGÊNCIA
A fase exige resultados imediatos, e o cenário é de alta pressão. Segundo reportagem internacional, 12 técnicos já foram demitidos na Série A desde o início em março, o que demonstra a turbulência no comando das equipes brasileiras, incluindo a troca no próprio Fortaleza.
Se o Leão conseguir manter a pegada com intensidade, objetividade e regularidade, o resultado contra o Massa Bruta pode marcar o início de uma recuperação significativa. No entanto, ainda é cedo para cravar.
