‘Gordiola’ e o Fenômeno Azul: o segredo do novo Remo rumo à elite

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Clube do Remo
Foto: Clube do Remo

Com certeza há algo de mágico acontecendo no Pará. O Clube do Remo, um dos gigantes do Norte, vive um momento que há muito tempo sua apaixonada torcida esperava: a chance real de voltar à elite do futebol brasileiro após mais de três décadas.

O Leão Azul venceu as últimas seis partidas da Série B – a mais recente, uma vitória de muita autoridade por 3 x 1 sobre o Cuiabá, fora de casa, com direito a domínio tático e brilho individual.

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Com esse grande resultado o Rei da Amazônia chegou à mesma pontuação do líder Coritiba, que tem um jogo a menos. O sonho do acesso, antes tratado com muita cautela, tornou-se um objetivo muito palpável para os remistas.

Mas afinal, qual é o segredo do sucesso azulino? O estilo de jogo moderno de Guto Ferreira, o “Gordiola”? O talento de nomes como Pedro Rocha e Diego Hernández, que já brilharam em grandes clubes do País? Ou a força da arquibancada, movida pelos apaixonados do “Fenômeno Azul”? A resposta, ao que parece, está na combinação perfeita de todos esses elementos, que têm levado o Leão a um momento especial de sua história.

O TRABALHO DE GUTO FERREIRA: DISCIPLINA E CRIATIVIDADE

Desde que assumiu o comando técnico, Guto Ferreira tem conseguido transformar o Remo em uma equipe sólida, competitiva e confiante. O treinador, conhecido por seu estilo metódico e ofensivo, o que lhe rendeu o apelido carinhoso de “Gordiola” – equilibra o jogo bonito com eficiência.

O segredo está na regularidade e na entrega dos jogadores. A gente trabalha muito a disciplina tática, mas também deixa o time jogar com alegria, porque o futebol é isso: emoção e liberdade com responsabilidade”, afirmou Guto Ferreira, após o triunfo sobre o Cuiabá.

Sob o comando do técnico, o Remo tem apresentado um futebol vistoso, com transições rápidas e uma marcação adiantada que sufoca os adversários. A média de gols aumentou, e a defesa, antes vulnerável, virou uma das menos vazadas da competição nas últimas rodadas.

Além disso, o treinador resgatou o famoso espírito guerreiro que sempre caracterizou o clube. Jogadores que pareciam desacreditados reencontraram o bom futebol, e as peças mais experientes passaram a exercer liderança dentro e fora de campo.

EXPERIÊNCIA A SERVIÇO DO LEÃO

Parte fundamental da campanha azulina vem de jogadores acostumados com os grandes palcos do futebol brasileiro. Pedro Rocha, com passagens por Grêmio, Cruzeiro, Flamengo e Athletico-PR, tem sido decisivo. Seu poder de arranque e faro de gol lembram os tempos áureos de Libertadores e Brasileirão.

O Remo me devolveu o prazer de jogar futebol. Aqui a gente sente o carinho da torcida e a confiança do técnico. É um grupo que acredita de verdade”, revelou Pedro Rocha.

Outro destaque é Diego Hernández, o meio-campista uruguaio que já vestiu a camisa do Botafogo e do Internacional. Ele tem sido o cérebro do meio de campo remista, articulando jogadas e dando ritmo ao time, além de ser um exímio batedor de faltas. A parceria entre Hernández e Pedro Rocha virou uma das mais letais da Série B.

Nós jogamos por uma cidade inteira. Quando entro em campo e ouço o grito do Fenômeno Azul, lembro que o futebol pode mudar vidas. O acesso é possível, e vamos lutar até o fim”, declarou Diego Hernández, emocionado, após o jogo contra o Cuiabá.

A FORÇA DO FENÔMENO AZUL

Nenhuma análise sobre o brilhantismo do Clube do Remo na Série B estaria completa sem mencionar sua apaixonada torcida. O Fenômeno Azul é, há décadas, uma das mais fiéis e vibrantes do País.

Mesmo nos momentos mais difíceis, lotou o Estádio Baenão e empurrou o time em todas as divisões. Agora, com o sonho da Série A mais vivo do que nunca, o caldeirão azulino ferve a cada rodada.

Nas redes sociais, vídeos das arquibancadas embaladas ao som de “Leão, meu amor” viralizam, mostrando o poder da paixão remista. Em Belém, é impossível não sentir o clima de euforia. Ruas enfeitadas, camisas azulinas em cada esquina, e um sentimento coletivo de que “o gigante do Norte” está prestes a rugir de novo no topo do futebol nacional.

FUTURO DE ESPERANÇA

O desafio, agora, é manter o ritmo. A Série B é longa e traiçoeira, mas o Remo parece ter encontrado sua identidade. O elenco está fechado, o técnico tem o grupo nas mãos e a torcida empurra. Se a consistência permanecer, o acesso pode se tornar realidade, algo que o clube não alcança desde 1992.

O Leão Azul volta a despertar o País para o futebol do Norte, provando que talento e paixão não têm CEP. Mais do que um time em boa fase, o Remo vive um renascimento, um reencontro com sua grandeza.

E, como resume o próprio Guto Ferreira: “Não é só futebol. É o orgulho de uma região inteira que quer ser vista e respeitada. Esse é o combustível do nosso time.