Instabilidade do Palmeiras em momento decisivo preocupa a torcida

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Abel Ferreira
Abel Ferreira (Foto: Cesar Greco)

A reta final da temporada, que deveria ser de afirmação para um dos elencos mais sólidos do futebol brasileiro, tornou-se motivo de preocupação para os torcedores do Palmeiras

Afinal, o time de Abel Ferreira perdeu a liderança do Brasileirão para o Flamengo após uma sequência de resultados negativos: derrotas fora de casa para Mirassol (2 x 1) e Santos (1 x 0), além de um empate sem gols, no Allianz Parque, contra o Vitória, equipe que luta contra o rebaixamento.

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Com os tropeços, o Verdão tem 69 pontos, dois a menos que o líder Flamengo, e ainda viu o Cruzeiro encostar na disputa, ocupando a terceira posição com fôlego renovado.

LIBERTADORES 

Para completar o cenário tenso, o clube paulista se prepara para a decisão da Taça Libertadores de 2025, justamente contra o rival rubro-negro, em jogo único marcado para Lima, no Peru, no próximo sábado.

Diante desse contexto, surge a pergunta que domina a conversa entre torcedores, comentaristas e até nos bastidores do clube: o que está acontecendo com o Palmeiras de Abel Ferreira, uma máquina de títulos desde 2020, mas que hoje não apresenta o mesmo brilho?

DESEQUILÍBRIO COLETIVO

O Palmeiras sempre se destacou pela organização tática, intensidade e competitividade. Contudo, nas últimas rodadas, o time se mostrou mais vulnerável, especialmente fora de casa. Erros de posicionamento, perda de compactação e menos agressividade ofensiva chamaram atenção.

Segundo um analista tático ouvido pela reportagem, “o Palmeiras não é um time que dependa apenas de individualidades; quando o coletivo falha, o impacto aparece imediatamente no desempenho”. 

Ele acrescenta que a equipe “vem enfrentando dificuldades em transições defensivas, algo incomum e que pode estar associado ao desgaste acumulado”.

Esse desgaste, aliás, é visível. A temporada longa, que inclui viagens, jogos decisivos e uma pressão crescente, cobra seu preço.

DESFALQUES E CANSAÇO

As ausências por lesão ou desgaste muscular se tornaram mais frequentes no elenco. Alguns jogadores fundamentais atravessam oscilações físicas que afetam diretamente o sistema de jogo de Abel. 

A sucessão de partidas intensas, em três competições de alto nível, parece ter reduzido o ritmo de atletas que normalmente sustentam o modelo de marcação adiantada e pressão constante.

O atacante Flaco López, um dos que mais atuaram em 2025, admitiu após o empate contra o Vitória: “A gente sabe que pode entregar mais, mas o corpo sente. É uma fase difícil, mas estamos juntos para recuperar o melhor futebol.”

PONDERAÇÃO

O próprio Abel Ferreira tem adotado um tom ponderado. Em entrevista recente, o treinador português afirmou: “É natural que haja oscilações. Não somos máquinas. Mas confio nos meus jogadores e sei do que eles são capazes quando estão focados e equilibrados.” 

A fala do vitorioso treinador palmeirense reforça que, embora a cobrança seja grande, o treinador procura manter serenidade às vésperas de uma decisão continental.

PRESSÃO MENTAL

A disputa ponto a ponto no Brasileirão com Flamengo e Cruzeiro aumenta a pressão emocional. Além disso, a proximidade da final da Libertadores cria uma tensão extra, um clássico interestadual decisivo, com histórico recente de rivalidade intensa e competições definidas no detalhe.

O meia Raphael Veiga, referência técnica da equipe, sintetizou o momento: “Sabemos o peso do escudo que carregamos e das expectativas criadas. Não estamos satisfeitos com o que apresentamos, mas é justamente nos momentos difíceis que mostramos quem somos.”

Há também o fator emocional da perda da liderança. Uma equipe acostumada a controlar a tabela desde cedo agora se vê obrigada a correr atrás, ao mesmo tempo em que tenta corrigir problemas internos.

COMO RETOMAR A PEGADA PARA BRIGAR POR DOIS TÍTULOS?

Apesar da instabilidade, o Palmeiras tem virtudes conhecidas: elenco competitivo, comissão técnica vencedora e um grupo habituado a decisões. O que precisa ser ajustado?

  1. Recuperar intensidade e compactação
    O time depende de sincronia e agressividade. Reduzir espaços entre setores e retomar a confiança na saída de bola são passos fundamentais. 
  2. Dosar o desgaste físico
    A comissão técnica deverá calibrar a carga de treinos, priorizando recuperação e explosão para a final. 
  3. Ajustes pontuais no ataque
    A criação de chances claras caiu; é necessário melhorar infiltrações e aproximações, algo que Veiga e os pontas conseguem entregar quando em plena forma. 
  4. Blindagem emocional A semana antes da final será crucial. Abel, especialista em preparação psicológica, deve trabalhar o grupo para que a pressão não se transforme em ansiedade. 

O confronto contra o Flamengo pela Libertadores será decisivo não apenas pelo título continental, mas também pelo impacto moral que pode refletir no Brasileirão. 

CONCLUSÃO

A instabilidade atual do Palmeiras acende um alerta legítimo, mas não necessariamente representa um colapso. A equipe, experiente e vencedora, já demonstrou em anos recentes que sabe responder em jogos grandes. O desafio agora é transformar preocupação em foco — e pressão em combustível.

Caso o Palmeiras reencontre seu futebol competitivo, tem totais condições de disputar ambos os títulos até o fim. Porém, o sinal amarelo está aceso. E o torcedor, acostumado a comemorar, aguarda ansiosamente a reação imediata.