Santos, a queda anunciada de um gigante da história do futebol mundial

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Foto: Divulgação/Santos F.C.

Demorou, mas aconteceu. O primeiro rebaixamento do Santos em sua história foi sacramentado na rodada final do Brasileirão com a melancólica derrota por 2 x 1 para o Fortaleza em plena Vila Belmiro, com direito a um segundo gol do adversário comparado ao famoso “gol que Pelé não fez”, do meio da rua e deixando os santistas arrasados.

O Peixe rem uma folha de pagamento das mais pesadas para a complicada situação financeira do clube paulista, com 35 atletas, dos quais a maior parte deverá deixar a Vila Famosa. Mas quais seriam os motivos para a queda deste gigante da história do futebol mundial, celeiro de tantos craques, entre os quais o mais famoso deles, o próprio Pelé?

O pesadelo da Série B começou a ser gerado muito antes da atual gestão, Andres Rueda, que se não endividou ainda mais o clube da Baixada Santista, se notabilizou por algumas decisões no mínimo questionáveis. Seus antecessores, José Carlos Peres (2018-2020) e Orlando Rollo (2020) fizeram muito, com uma péssima gestão financeira.

Entre 2018 e 2020 a dívida do Santos ultrapassou a cifra de R$ 500 milhões e depois deste período foi só crescendo. No ano final do triênio comandado por Peres houve um tombo no faturamento de R$ 388 milhões para R$ 178 milhões e, sem dinheiro em caixa, começam a minguar as boas e verdadeiras contratações.

Nem mesmo o vice-campeonato brasileiro de 2019 e o segundo lugar na Libertadores em 2020 puderam reverter a tendência negativa na trajetória do tradicional Peixe. Peres sofreu impeachment neste último ano e tanto ele quanto Rollo acabaram excluídos do rol de sócios do clube. O Santos passou por um “transfer ban” imposto pela Fifa por não estar conseguindo honrar seus compromissos e com isso se viu impedido de registrar novos atletas. A situação se agravou ainda mais.

Com Rueda houve um melhor tratamento de dívidas, melhor equacionadas pelo atual presidente. Entretanto, a diretoria não valorizou justamente o ponto forte e o que tornou o clube um dos mais conhecidos do planeta, o futebol. Más escolhas tanto em termos de atletas quanto de técnicos comprometeram a campanha santista na Série A e a tragédia já aparecia no horizonte do alvinegro praiano.

Não foram feitos investimentos melhores no elenco, que permaneceu bastante limitado e muito aquém das tradições do clube. A campanha no Campeonato Paulista, péssima em todos os sentidos, deveria ter ligado o sinal de alerta na Vila Belmiro, mas o desempenho foi minimizado e a diretoria de fato acreditava que o que tinha em mãos daria para manter-se na elite e mesmo brigar por uma vaga em torneios internacionais. Fracasso total em tal estimativa!

Agora não há mais dúvida de que muitos erraram e milhões de torcedores colherão a tristeza de ver o Santos na Série B. Depois estratégias e decisões desastrosas, resta a necessidade, na verdade obrigação, de um bom planejamento e ousadia para que o Peixe retorne ao lugar que merece, entre os grandes do futebol brasileiro e mundial. Eis o desafio para os próximos 12 meses!