O futebol brasileiro parece não ter ainda se acostumado à tecnologia e o que foi implantado para facilitar a arbitragem tem gerado polêmicas em praticamente todas as rodadas da Série A. Trata-se do Video Assistant Referee, o cada vez mais impopular VAR, um sistema de “árbitro de vídeo” criado para ajudar os juízes na tomada de decisões em lances como faltas, pênaltis, impedimentos e para checar a legalidade de alguns gols.
O problema é que mesmo os árbitros em atividade na Série A do Brasileirão parecem perdidos em termos de critérios mais claros para o uso ou não do VAR. Na partida entre Botafogo e Internacional no último sábado no Estádio Nilton Santos, vencida pelo clube gaúcho, os alvinegros mais uma vez reclamaram de parcialidade no uso da ferramenta.
Os alvinegros alegam que teria havido um lance favorável a eles, com possibilidade de pênalti, na qual o VAR sequer foi consultado, enquanto dois de seus gols foram anulados, um deles em lance de pura interpretação.
O fato irritou tanto que o goleiro alvinegro Gatito Fernandez, tradicionalmente um atleta muito calmo em campo, chegou a chutar o ponto do VAR no gramado. Ele poderá ser punido em até seis jogos pela comissão disciplinar da arbitragem nacional, mas vem recebendo muito apoio nas redes sociais e não apenas de botafoguenses, mas também de torcedores de outros clubes.
No domingo mais polêmica no jogo entre Santos e Flamengo na Vila Belmiro, que terminou com o placar de 1 x 0 para os cariocas. O Santos fez 2 x 0 no primeiro tempo, mas nada valeu, pois o VAR entrou mais uma vez em ação e anulou os tentos.
Em um dos gols, em cobrança de falta santista, o VAR teria detectado que um jogador do Peixe teria “participado” da jogada e inviabilizado o lance. Mais uma vez muita reclamação.
Segundo os santistas, teria havido um excesso de rigor na decisão. O próprio Flamengo em partida anterior contra o Botafogo teve um pênalti marcado pelo VAR aos 51 minutos do segundo tempo. Gabigol bateu, marcou e o jogo terminou 1 x 1.
Não falta quem já acuse a comissão de arbitragem de favorecimento de alguns clubes. Nada ainda comprovado, é claro, mas o estabelecimento de critérios mais firmes e com o mesmo rigor para ambos os lados de uma partida não faria mal a ninguém, na opinião de quem se sente prejudicado pela nova tecnologia.