
Desde que deixou o comando do Real Madrid em 2021, Zinedine Zidane tem sido uma das figuras mais cogitadas e, ao mesmo tempo, mais enigmáticas do futebol mundial.
Campeão do mundo como jogador em 1998 e tricampeão da Liga dos Campeões como treinador dos merengues, o francês construiu uma aura de elegância, serenidade e eficácia que poucos conseguiram igualar.
Agora, com a possibilidade de suceder Didier Deschamps na seleção francesa após a Copa do Mundo de 2026, o nome de Zidane volta a ocupar com força os noticiários esportivos.
UM TÉCNICO QUE PAROU NO TOPO
A decisão de Zidane de se afastar do futebol após o fim de sua segunda passagem pelo Real Madrid surpreendeu o mundo. Na temporada 2020/2021, o clube não conquistou títulos, uma raridade durante o ciclo vitorioso do francês, e o treinador optou por sair “pela porta da frente”.
Na carta de despedida publicada à época, ele deixou claro que sentia falta de confiança por parte da diretoria. “Hoje, mais do que nunca, o clube precisa de continuidade, e eu preciso de tempo e serenidade”, escreveu Zidane em 2021, demonstrando que sua pausa não era apenas profissional, mas também emocional.
CONQUISTAS
Durante os cinco anos à frente do Real Madrid, somando as duas passagens, Zidane venceu três Champions League consecutivas (2016, 2017 e 2018), dois Campeonatos Espanhóis e diversos títulos menores.
O feito inédito na era moderna da principal competição interclubes eiuropeia, o colocou entre os maiores treinadores do século XXI, mesmo com uma carreira ainda curta.
O CHARME E A DISCIPLINA DE UM LÍDER SILENCIOSO
Zidane sempre foi conhecido por sua discrição e inteligência tática. Em campo, como jogador, comandava com gestos e olhares. No banco de reservas, manteve o mesmo estilo: sereno, mas exigente.
“Zidane tem algo raro: faz os jogadores acreditarem que podem tudo, sem precisar levantar a voz”, declarou uma vez Luka Modrić, um dos pilares do Real Madrid durante a era Zidane.
O francês tem uma filosofia de liderança baseada na confiança mútua. Prefere o diálogo ao confronto, o exemplo à imposição. Sua postura lembra a de treinadores como Carlo Ancelotti, seu mentor, e Didier Deschamps, seu ex-companheiro na seleção. Mas Zidane também tem um toque de misticismo, a sensação de que, sob seu comando, algo quase mágico acontece.
A FRANÇA ESPERA SEU ÍDOLO
Com Didier Deschamps à frente da seleção desde 2012, a França vive uma era de estabilidade e conquistas. Campeã mundial em 2018 e vice-campeã em 2022, a equipe já tem um novo ciclo bem definido até 2026.
O próprio Deschamps confirmou que deve deixar o cargo após o Mundial da América do Norte, abrindo espaço para um sucessor natural: Zinedine Zidane.
A Federação Francesa de Futebol já tentou convencer o ex-meia em outras ocasiões, mas ele preferiu esperar o momento certo. O principal obstáculo teria sido o desejo de treinar um clube, especialmente o comando do Paris Saint-Germain, que nunca se concretizou. Agora, com o fim do ciclo de Deschamps à vista, Zidane volta a ser o nome mais forte para assumir os Bleus.
ENTRE O MITO E O DESAFIO
Assumir a seleção francesa seria mais do que uma oportunidade profissional, representaria um retorno ao lar. Zidane, símbolo máximo da geração de 1998, encarna o espírito multicultural e vencedor da França moderna.
No entanto, ele também sabe que o desafio seria enorme: substituir um técnico que levou o país a duas finais consecutivas de Copa do Mundo não é tarefa simples.
Porém, o carisma e a experiência do ex-craque podem ser trunfos decisivos. “Zidane é a personificação da elegância e da vitória; se ele quiser, a França será dele novamente”, afirmou recentemente um ex-dirigente da Federação Francesa ao jornal L’Équipe.
CONCLUSÃO
Zidane, por enquanto, mantém seu habitual silêncio. Observa, estuda e espera. O futebol, porém, parece conspirar a seu favor. E quando Zizou voltar — seja à seleção ou no comando de algum grande clube europeu —, o mundo estará pronto para assistir novamente à sua magia, agora na beira dos gramados onde brilhou intensamente como atleta.






























