Atual campeão paulista e já classificado para a semifinal da Copa do Brasil 2025, o Corinthians, por outro lado, tem tido uma temporada muito fraca no Brasileirão. Com apenas 33 pontos, o Timão ocupa incômoda 13ª posição na tabela, apenas cinco pontos acima do Vitória, que abre a zona de rebaixamento.
No próximo sábado, a equipe terá um confronto decisivo diante do Atlético Mineiro, seu concorrente direto na tabela, que está logo abaixo na 14ª posição, mas com um jogo a menos. Apesar das campanhas boas em outras competições, o desempenho no campeonato nacional tem deixado os torcedores e analistas preocupados.
CAMPANHA MEDÍOCRE E ELENCO RESTRITO
Um dos principais problemas do Corinthians em 2025 passa pela falta de profundidade no elenco. O time de Dorival Júnior tem enfrentado dificuldade para repor ausências e lidar com jogadores contundidos.
Segundo levantamento recente, o clube é o terceiro na Série A que menos utilizou atletas durante a temporada, o que evidencia a falta de opções para o técnico escalar o time sem improvisações.
CRIAÇÃO
O setor de criação, por exemplo, tem poucas opções, contando majoritariamente com Rodrigo Garro. Quando ele não pode jogar, Dorival recorre a improvisações no esquema tático, o que compromete o rendimento da equipe.
Além disso, o Corinthians ainda sofre com desfalques constantes em posições fundamentais, como a lateral-direita, onde tem apenas Matheuzinho disponível para a função.
A ausência de reforços por conta do transfer ban imposto pela FIFA por dívida com o Santos Laguna impacta diretamente o desempenho do Corinthians.
Dorival Júnior sabe das dificuldades e declarou: “Eu faço o que está ao alcance com o que tenho. Precisamos de reforços, mas estamos focados em extrair o máximo dos atletas disponíveis para reverter essa situação”.
AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÕES E DIFICULDADES FINANCEIROS
Além dos desfalques naturais e lesões, o clube sofre com problemas financeiros severos que restringem sua capacidade de investimento no elenco.
O Corinthians registrou déficit de R$ 60 milhões somente nos primeiros sete meses de 2025, acumulando uma dívida total que ultrapassa R$ 2,6 bilhões, grande parte relacionada à construção da Neo Química Arena.
A situação dificulta o planejamento esportivo e bloqueia contratações importantes para fortalecer o time. A restrição ainda foi agravada pelo transfer ban da FIFA, impedindo compras e empréstimos de novos jogadores.
Esse cenário gera consequências diretas no campo. O time apresenta baixo aproveitamento e muitas vezes não consegue manter um padrão de jogo constante. Após a derrota por 3 a 1 para o Santos na Vila Belmiro, um torcedor identificado como Bruno Cris opinou: “Está difícil confiar nesse time. A defesa vulnerável e o meio de campo pouco criativo têm nos deixado na mão em jogos decisivos”.
DESEQUILÍBRIO TÁTICO E PROBLEMAS EM CAMPO
O Corinthians tem apresentado problemas táticos evidentes, especialmente no setor defensivo. A defesa sofreu críticas intensas, principalmente após jogos em que levou três ou mais gols, algo que não acontecia no início da era Dorival Júnior.
A instabilidade na defesa compromete os resultados e gera insegurança ao time, que muitas vezes tenta compensar jogando de forma exagerada no ataque, expondo ainda mais os espaços para adversários.
ESTILO DE DORIVAL
O estilo de jogo imposto por Dorival tem como caraterística a organização defensiva e transições rápidas, mas a falta de intensidade em certos jogos e o desgaste do elenco têm prejudicado a execução da proposta.
O próprio técnico demonstrou certa frustração ao reconhecer a necessidade de ajustes: “Sabemos que precisamos melhorar muitos detalhes e estamos trabalhando forte para ajustar o que está errado. A responsabilidade é minha, e sigo confiante no potencial do grupo”.
Outra torcedora, Ana Paula Lima, comentou em redes sociais: “É doloroso ver o time que a gente ama passar por essa má fase, mesmo com um técnico experiente. Parece que falta algo para encaixar o time”.
O QUE FAZER PARA ENGRENAR?
Para que o Corinthians supere essa fase e almeje voos mais altos na Série A, algumas medidas são urgentes. Primeiro, a melhora na gestão financeira e uma flexibilização das dívidas podem permitir a volta à janela de transferências e a chegada de jogadores que aumentem a competitividade no elenco.
Em segundo lugar, é fundamental que Dorival Júnior consiga recuperar a confiança coletiva do grupo, testando peças e ajustando o esquema para minimizar as deficiências, sobretudo na defesa e no meio-campo. Uma melhora na parte física dos atletas também pode ajudar, pois o desgaste de uma equipe com poucas rotações tem cobrado seu preço.
CONCLUSÃO
O apoio da torcida e a estabilidade extracampo são aspectos essenciais para elevar o moral do clube e seus jogadores. A Neo Química Arena, com sua fanática torcida, pode ser um diferencial nos jogos decisivos para a recuperação do Timão na tabela.
