Revolução no Fogão: filho de Ancelotti como técnico divide opiniões

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Davide Ancelotti com o pai Carlo
Davide e Carlo Ancelotti/Foto: Rafael Ribeiro - CBF

O Botafogo surpreendeu o futebol brasileiro ao anunciar recentemente a contratação de Davide Ancelotti, de 35 anos, como novo técnico do alvinegro. Filho do vitorioso Carlos, atual treinador da seleção brasileira, ele assume seu primeiro posto como comandante do atual campeão da Libertadores e do Brasileirão de 2024.

Afinal, esta é de fato uma boa escolha? A inexperiência do novo comandante pode pôr tudo a perder no alvinegro carioca às vésperas do reinício do Brasileirão e Libertadores em curso? Debatemos este tema em nosso artigo.

POR QUE TEXTOR OPTOU POR ALGUÉM SEM EXPERIÊNCIA?

John Textor, bilionário americano e proprietário da SAF do Botafogo, busca implantar o chamado “Botafogo Way”: estilo ofensivo, de posse de bola e agressividade no campo – modelo que considera necessário para manter o clube no cenário sul-americano. Segundo reportagem da R7:

“Davide Ancelotti convenceu John Textor que o ‘seu’ Botafogo vai atacar… e ganhou o emprego”.

O acerto tem duração até o final de 2026, com multa rescisória alta, indicando o desejo de continuidade no projeto. Além disso, a proposta financeira teria sido “excelente”, o que, segundo a imprensa, pesou na decisão.

PONTOS A FAVOR
  1. Formação de elite: Apesar da inexperiência como técnico principal, Davide possui vasta vivência nas principais ligas europeias – esteve no PSG, além Bayern, Napoli, Everton e Real Madrid – como braço direito de Carlo Ancelotti.
  2. Licenças e formação: O novo treinador do Botafogo tem licença UEFA Pro desde 2023 e é graduado em Ciências do Esporte, somando um bom conhecimento técnico teórico.
  3. Apoio de figuras históricas: O ex-volante Vampeta defendeu publicamente a aposta:

“Ele tava todo dia lá comandando Modric, Kroos, Vinícius Júnior. Há muitos anos que ele trabalha com o pai… nisso já vale a aposta”.

  1. Visibilidade internacional: A contratação levanta enorme atenção na mídia estrangeira. O argentino Olé elogia a ousadia; o espanhol Marca ressalta o tripé “Botafogo–CBF–Davide”.
E OS CONTRAS?
  1. Zero experiência como técnico principal: Essa nova função representa um risco – auxiliar e comandante exigem habilidades distintas. A Gazzetta dello Sport e Olé já destacam a inexperiência.
  2. Pressão interna alta: A impaciência de Textor é clara: serão tolerados menos erros. Davide é o sétimo técnico da era SAF no clube, o que exige resultados imediatos.
  3. Risco à imagem de Carlo: O comentarista Paulo Vinícius Coelho (PVC) alerta que “um insucesso do Davide pode prejudicar o Carlo e a Seleção”.
  4. Torcida dividida: Enquanto alguns abraçam o novo técnico, outros criticam a preferência de um estrangeiro inexperiente ao invés de nomes locais mais tradicionais.
REPERCUSSÃO NO EXTERIOR

Na Europa, a contratação ganhou destaque:

  • Jornal Marca destacou que Davide era cobiçado por clubes como Rangers e Como, e firmou contrato trienal com o Fogão.
  • A Gazzetta dello Sport, da Itália, apontou que ele deixará seu antigo cargo na seleção para se dedicar ao Botafogo
  • O argentino Olé considerou a aposta “ousada”, referindo-se à falta de experiência.
O QUE ESTÁ EM JOGO?
  • Botafogo pressiona: o caos em que se tornou o comando técnico mostra urgência. Davide assume com elenco desfalcado (saída de Igor Jesus) e poucos dias antes do clássico contra o Vasco, mas com suporte prometido pela cúpula.
  • CBF e Seleção: a confederação pediu exclusividade – ele não poderá acumular funções – e Carlo teria mediado para evitar conflito.
  • Imagem de Carlo: o pai poderia sofrer no caso de fracasso – PVC destacou que “a crise do filho vai atingir o Carlo”.
OUSADIA E ESTRATÉGIA

A nomeação de Davide Ancelotti representa uma aposta arriscada e, ao mesmo tempo, estratégica – espelhando a visão tradicionalmente ousada de Textor como empresário de sucesso em outras áreas.

A experiência no futebol europeu e educação esportiva pesam a favor, assim como a injeção de energia na identidade ofensiva do clube. Em contrapartida, sua inexperiência como técnico principal e a expectativa imediatista intensificam o risco.

CONCLUSÃO

Para o Botafogo, é um momento definitivo: validar o “Botafogo Way” com um nome ousado ou enfrentar o desgaste político e esportivo. Para Davide, é a chance de lançar sua carreira de treinador com alto risco e alta visibilidade. E para Carlo Ancelotti, resta torcer para que o filho trilhe o caminho do sucesso, preservando sua própria reputação.

Resta acompanhar as primeiras rodadas, desempenho em campo e reação da torcida. O resultado da escolha será visto no decorrer da temporada. Porém, Textor mais uma vez já fez história com suas ações.