O futebol mundial vive um momento de intensas mudanças, tanto no aspecto técnico quanto nas inovações tecnológicas. Em 2025, destacam-se duas propostas que vêm sendo debatidas pela International Football Association Board (IFAB), órgão máximo responsável pelas regras da modalidade.
A primeira envolve a ampliação da atuação do árbitro assistente de vídeo (VAR) para incluir a análise de possíveis segundos cartões amarelos aplicados erroneamente aos jogadores. A segunda sugere a introdução de um limite de tempo para as cobranças de lateral, visando reduzir as perdas de tempo e aumentar o ritmo das partidas.
O debate mais recente, ocorrido em Zurique, na Suíça, durante os painéis consultivos de futebol e técnico da IFAB, mostrou um consenso inicial favorável à ampliação da utilização do VAR, embora tenha gerado também preocupação quanto ao prolongamento das partidas.
A implementação dessas mudanças pode transformar profundamente a dinâmica dos jogos, oferecendo mais justiça nas decisões e maior fluidez às partidas.
DEBATES E PROPOSTAS NA IFAB
A proposta de permitir que o VAR intervenha em lances de segundo cartão amarelo — que atualmente está restrito apenas ao cartão vermelho direto — visa principalmente corrigir injustiças que podem alterar o rumo de jogos decisivos.
Noel Mooney, diretor-executivo da Associação de Futebol do País de Gales e presidente dos painéis consultivos, afirmou: “Essa mudança visa garantir que nenhum jogador seja expulso injustamente, aumentando a transparência e a justiça no jogo.”
Outro ponto discutido foi o estabelecimento de um tempo máximo para reinício de jogo em cobranças de lateral, inspirado na regra que limita em oito segundos a posse da bola pelo goleiro após tiro de meta.
“Queremos reduzir o antijogo e as paralisações desnecessárias, para que o futebol seja mais dinâmico e atrativo para os fãs,” explicou Sophie Becker, ex-jogadora e membro do painel técnico da IFAB.
PONTOS POSITIVOS
A entrada do VAR para a análise de segundos cartões amarelos pode evitar decisões erradas que têm impacto direto no placar e no andamento das competições.
Um exemplo recente que impulsionou o debate ocorreu na Liga dos Campeões, quando o jogador Santiago Hezze, do Olympiacos, foi expulso de forma polêmica após segundo amarelo que, em replays, mostrou ser um lance de contato mínimo.
Segundo o árbitro suíço Urs Schnyder, a decisão foi procedente, mas a limitação do protocolo VAR impediu a revisão. O diretor técnico Luca Martino ressaltou: “A tecnologia deve estar a serviço da justiça esportiva. Não corrigir erros claros compromete a credibilidade do futebol.”
CERA
Além disso, a limitação do tempo para cobrança de lateral pode frear a estratégia de cera adotada por equipes que buscam atrasar o jogo para segurar resultados.
A mudança pode ampliar o ritmo do jogo, elevando o nível de emoção e engajamento dos espectadores, conforme destacou a analista tática Maria Fernanda Souza: “Jogadores e treinadores terão que se adaptar a um jogo mais rápido, impactando diretamente na estratégia defensiva e ofensiva.”
CONTRAS E CUIDADOS NECESSÁRIOS
Apesar do apoio geral, há receios quanto aos possíveis atrasos no tempo total das partidas devido a revisões frequentes do VAR em lances de segundo amarelo, o que pode causar interrupções constantes.
João Ribeiro, árbitro internacional e consultor da IFAB, apontou: “É imprescindível que a equipe de arbitragem seja altamente treinada para que essas revisões sejam rápidas e eficazes, evitando prejudicar o andamento natural do jogo.”
No caso da contagem regressiva para as cobranças de lateral, a aplicação da regra terá que considerar as particularidades de cada situação e garantir que o ritmo não comprometa a qualidade técnica das jogadas. Como destacou o ex-técnico Carlos Velasco: “O desafio será equilibrar o controle do tempo com a liberdade criativa dos jogadores.”
PERSPECTIVAS
As propostas discutidas serão formalmente apresentadas para votação na reunião anual da IFAB em janeiro e fevereiro de 2026. Caso aprovadas, entrarão em vigor nas temporadas seguintes, podendo provocar uma verdadeira revolução na forma como o futebol é jogado e arbitrado.
A expectativa é de que essas inovações contribuam para um futebol mais justo, moderno e atraente para as novas gerações de fãs.
CONCLUSÃO
Estas transformações táticas e tecnológicas mostram que o futebol continua sua evolução, buscando equilíbrio entre tradição e inovação para manter-se como o esporte mais popular do planeta.
