
A Seleção Brasileira vive dias de observação e decisão sob o comando de Carlo Ancelotti. Nos amistosos contra Senegal e Tunísia, os últimos agendados para este ano, o treinador italiano definirá pontos-chave de sua equipe, especialmente nas posições mais abertas do elenco: os goleiros e os laterais. O confronto contra Senegal acontece em Londres, às 13 horas (de Brasília), enquanto o duelo diante da Tunísia será em Lille, na França.
Com a Copa América de 2026 cada vez mais próxima, Ancelotti quer sair desses compromissos com respostas concretas. “Chegou a hora de testar em campo aquilo que temos visto nos treinos: a personalidade, a concentração e a capacidade de decisão”, afirmou o técnico em coletiva recente.
O foco do momento é o equilíbrio defensivo, ponto considerado essencial por Carlo Ancelotti desde que assumiu o comando da equipe.
Mesmo com a zaga e o meio-campo praticamente definidos, o técnico acredita que ainda há espaço para ajustes. As laterais, assim como o gol, são setores que pedem observação atenta por parte do treinador.
O GOL ABERTO: TRÊS CANDIDATOS PARA UMA SÓ CAMISA
A lesão de Alisson abriu uma disputa inédita e acirrada pela titularidade no gol da Seleção. Ederson, agora no Fenerbahçe, é o mais experiente e leva vantagem pela trajetória consolidada na Europa, mas Bento, destaque do Al-Nassr, e John, ex-Botafogo e atualmente no Nottingham Forest, estão ganhando espaço.
Nos treinos realizados em Londres, os três alternaram períodos no time principal, um sinal claro de que o técnico ainda não definiu o titular. “É uma competição saudável. Todos estão em grande nível, e o treinador quer ver como cada um reage sob pressão”, comentou um membro da comissão técnica.
John é visto como a grande surpresa da lista. Sua boa temporada na Premier League inglesa tem chamado atenção pela segurança e jogo com os pés, característica valorizada por Ancelotti. Já Bento, com defesas decisivas pelo Al-Nassr, surge como o “operário técnico” que o treinador italiano tanto admira.
Enquanto isso, Ederson tenta retomar ritmo após uma temporada marcada por altos e baixos. Para Ancelotti, a escolha do goleiro não dependerá apenas de currículo, mas da “sintonia com a defesa” — um detalhe que pode pesar no momento da decisão.
DISPUTA
Se o gol ainda é uma incógnita, as laterais também vivem dias de indefinição. Na direita, Wesley, da Roma, é o favorito de Ancelotti, mas Paulo Henrique, do Vasco, vem em fase impressionante e ameaça a titularidade do companheiro de posição. A ausência de Vanderson, do Monaco, lesionado, abriu espaço para esse duelo direto.
Wesley agrada pela força física e pela regularidade no futebol italiano, enquanto Paulo Henrique tem sido elogiado pela capacidade ofensiva e pela entrega.
“O que o Ancelotti quer é equilíbrio: laterais que saibam atacar, mas que entendam o momento certo de defender”, analisou um ex-jogador da Seleção, hoje comentarista esportivo.
LADO ESQUERDO
Na lateral esquerda, Alex Sandro, do Flamengo, parece ser o nome mais sólido. O jogador tem mostrado boa forma física e liderança dentro do grupo. Douglas Santos, do Zenit, é considerado o reserva imediato e vem mantendo bom desempenho quando acionado.
A novidade é Luciano Juba, do Bahia, convocado pela primeira vez. O lateral, um dos destaques do Brasileirão 2025, chamou atenção pela versatilidade e pelo ótimo aproveitamento ofensivo. Ancelotti pretende observá-lo de perto, especialmente no duelo contra a Tunísia, quando deve receber minutos em campo.
ZAGA E MEIO DEFINIDOS E ATAQUE EM ABERTO
A espinha dorsal da Seleção, formada pela zaga e pelo meio de campo, já está praticamente desenhada. Marquinhos, Gabriel Magalhães e Militão são os pilares defensivos, enquanto Casemiro, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá seguem como peças-chave no meio.
No ataque, porém, o treinador ainda busca novas opções. A comissão técnica vê espaço para testes pontuais, especialmente nas pontas. Jogadores como Rodrygo, Vini Jr. e Endrick são nomes consolidados, mas outros atletas têm sido observados com atenção.
Os amistosos contra Senegal e Tunísia servirão também como laboratório para novas combinações ofensivas. Ancelotti quer mais verticalidade, mas sem abrir mão da posse de bola. O treinador tem repetido uma frase que se tornou mantra nos bastidores: “O Brasil precisa jogar com alegria, mas com responsabilidade tática.”
CONCLUSÃO
Esses dois jogos podem definir não apenas a hierarquia entre os goleiros e laterais, mas também o rumo tático da Seleção para os próximos anos. Ancelotti, meticuloso e paciente, parece determinado a construir uma base sólida antes de pensar em resultados imediatos.
A Seleção vive um momento de transição, mas também de esperança. O estilo calmo e analítico do técnico italiano tem conquistado o elenco e devolvido confiança ao torcedor. Londres e Lille serão os palcos das primeiras grandes decisões de um projeto que promete marcar a nova era do futebol brasileiro.






























