As preocupações da torcida com a SAF do Botafogo

0
205

Após anos de descalabro administrativo e financeiro que quase levaram o clube a fechas as portas, o Botafogo adotou o modelo de SAF no início de 2022, com a aquisição da maior parte de suas ações pelo americano John Textor. Um clima de otimismo e muita esperança tomou conta dos alvinegros espalhados por todo o Brasil, mas como andam a coisas nas bandas de General Severiano às vésperas de 2023?

Várias contratações foram feitas nos últimos 12 meses, especialmente na janela de meio de ano, o elenco se reforçou bastante com peças como Tiquinho Soares, Gabriel Pires, Danilo Barbosa e Marçal. Peças menos conhecidas como Adryelson chegaram e convenceram e jovens como Jeffinho começaram a brilhar.

Por outro lado, na aquisição mais cara da história do clube, Patrick de Paula assinou com o clube como uma das grandes promessas de sucesso em 2022, apesar dos problemas que o afastaram do time titular do Palmeiras. Infelizmente, para os torcedores alvinegros, o atleta não rendeu tanto como se esperava, embora tenha melhorado nos jogos finais da temporada. Em várias partidas nem sequer ficou no banco.

O técnico português Luís Castro, considerado por Textor um dos grandes parceiros para reformulação do Glorioso, teve um início turbulento, tendo que lidar com várias carências no elenco, agravadas por inúmeras contusões. No segundo semestre, porém, deu a volta por cima e conseguiu grandes melhorias, mas segue à espera de novos contratados.

No final de 2022 o time se posicionou em 11º lugar na tabela do Brasileirão e por pouco não abocanhou uma vaga na Libertadores, mas teve de se contentar com um lugar na próxima Sul-Americana, o que não deixa de ser um avanço para quem acabou de retornar da Série B e tinha se acostumado a somente lutar para não cair.

As principais preocupações dos torcedores, entretanto, estão fora das quatro linhas. A SAF comandada por John Textor já começou a trabalhar para reduzir a dívida milionária do clube e fez acordos interessantes para diminuir o passivo trabalhista, entre outras ações. Porém, o que parecia impensável para o novo modelo de gestão, há pendências salariais com o elenco que precisam ser solucionadas.

O Botafogo tem se movido muito pouco para contratar neste final de ano e seus torcedores, há mais de duas décadas sem títulos nacionais, estão mais do que impacientes. As melhorias no grupo de jogadores e o trabalho esforçado e competente de Luís Castro não parecem, porém, suficientes para sonhar mais alto e esperava-se muito mais em termo de reforços para 2023. Mas ainda há, é claro, tempo para avançar nesta área, que é a de maior interesse dos botafoguenses.

Com a compra por Textor de uma significativa participação no Lyon da França, não faltam alvinegros que temem que o americano priorize apenas o gigante europeu ou o Crystal Palace da Inglaterra e faça do Botafogo tão somente uma “incubadora” de talentos para o exterior. Algumas peças interessantes já partiram para o Velho Mundo, enquanto o alvinegro do Rio de Janeiro recebeu o que muitos já consideram simples “refugos” dos irmãos do exterior.

De qualquer maneira, Textor ainda terá de demonstrar se realmente quer um Botafogo grande e realmente disputando títulos de projeção nacional ou internacional ou o sonho dos torcedores mais uma vez ficará longe de se tornar realidade. Só o tempo dirá.