
O Corinthians chega à 11ª posição na tabela do Brasileirão-25, com 20 pontos, após o empate em 0 x 0 com o Cruzeiro, na última quarta-feira, na Neo Química Arena. O resultado deixou o alvinegro estacionado longe da zona de classificação para competições internacionais e ainda sem reação consistente.
A equipe comandada por Dorival Júnior apresentou garra e disposição, criou chances, mas deu mostras de que o futebol, em termos técnicos e ofensivos, ainda está abaixo do nível desejado.
FORÇA FÍSICA SEM FLUIDEZ TÁTICA
Em solo paulista, o Corinthians mostrou sua marca registrada na gestão de Dorival: linha compacta, combate intenso e quase nenhum espaço para o adversário.
Ainda assim, faltou criatividade e precisão no último passe. Como observou o comentarista Rodrigo Bueno, durante transmissão ao vivo: “É claro que a entrega contou, mas falta coerência tática no último terço do campo. O time luta muito, mas pouco joga.” Essa frase exemplifica a maior crítica: a equipe tenta, mas erra tanto a construção quanto a definição.
AVALIAÇÃO DE DORIVAL
O técnico Dorival Júnior foi franco ao analisar o desempenho: “Nós lutamos, nossa equipe correu, mas carecemos de qualidade no passe decisivo e de acabamento. Ainda precisamos evoluir para que as oportunidades que criamos se transformem em gols.”
Essa análise ajuda a identificar os dois grandes gargalos atuais: a criação – especialmente entre os meias – e a finalização. Embora o treinador ressalte positivamente o espírito de luta, ele sabe que isso, sozinho, não resolve.
FRUSTRAÇÃO
Garro destacou o empenho do grupo: “Sai frustrado pelo resultado, porque sabíamos da importância, mas vejo evolução na entrega do time. Precisamos ajustar a transição defesa-ataque para valorizar o que produzimos.”
A fala reforça o que o torcedor viu: disposição acima da média, especialmente no meio-campo e na recomposição, mas ainda falta algo no processo criativo. Gabriel, figura central na recomposição, defende que a equipe precisa ganhar “fluxo ofensivo”.
O IMPACTO DOS PROBLEMAS EXTRACAMPO
Os bastidores também trazem ruídos. Nos últimos dias, houve especulações sobre renovação de contrato de atletas e declarações de dirigentes que não agradaram setores da torcida. Em São Paulo comentou-se que o elenco está “acalorado” com indefinições salariais, e isso acabou afetando o ambiente interno, ainda que poucos admitam publicamente.
O comentarista esportivo Marcelo Tavares frisou: “Sem paciência no vestiário, qualquer desatenção vira bola fora. O clube precisa dar fim a essa instabilidade para que o foco volte ao campo.” É inevitável: problemas fora das quatro linhas cobram preço dentro do gramado.
O QUE TEM EMPERRADO O TIMÃO?
- Deficiência criativa: estatísticas mostram que o Corinthians é apenas o 12º em chances criadas. Faltam meias organizadores e transições rápidas.
- Aproveitamento nas finalizações: segundo levantamento interno, a equipe se aproxima de 15 finalizações por jogo, mas converte apenas 9% em gols.
- Insegurança defensiva pós-cruzamento: quando a primeira pressão do adversário cede, falhas individuais voltam a aparecer, especialmente nas laterais.
- Clima de indefinição nos bastidores: renovação de contratos, cobranças de patrocinadores e declarações desconectadas dos resultados podem gerar desconfiança ou pressão no elenco.
PRÓXIMA MISSÃO: CONFRONTO COM O BOTAFOGO
Na próxima rodada, o adversário é o Botafogo, atual campeão brasileiro e quinto colocado. O confronto no Estádio Nilton Santos, será um teste de fogo.
Pressão contra um time que transita com mais confiança e volume ofensivo. Será o momento de apresentar evolução nos dois aspectos: organização ofensiva e aproveitamento das chances.
ESTRATÉGIAS PARA A RECUPERAÇÃO
- Reforço na geração de jogadas – Dorival poderia testar um meia mais técnico ou liberar uma postura mais vertical aos alas.
- Treino de conclusão e posicionamento ofensivo – exigir ajustes na pontaria e movimentações nos últimos metros.
- Gestão de clima e comunicação interna – organização de uma reunião de grupo, anúncio oficial de resoluções salariais, trazer transparência aos jogadores.
- Planejamento de curto prazo – focar rodada a rodada; uma vitória contra o Botafogo pode impulsionar confiança e credibilidade.
POTENCIAL
Apesar da campanha aquém do esperado em um Corinthians que visa vaga em torneios internacionais, a torcida ainda vê potencial. A confiança em Dorival persiste graças ao histórico de combatividade que ele imprime. A combinação de dias de trabalho intenso, ajustes técnicos pontuais e resolução rápida dos ruídos de bastidor pode desencadear virada.
CONCLUSÃO
O Corinthians está num ponto crítico. Empatar com o Cruzeiro mostra que garra não falta, mas futebol ainda não engrenou completamente. A equipe segue acumulando 20 pontos, mas luta para reduzir a distância até a elite da tabela.
O jogo contra o Botafogo, na próxima rodada, será decisivo: serve como oportunidade para testar os ajustes defendidos por jogadores e comentaristas.
Tudo passa, no fim, por equilíbrio: manter o espírito de luta e agregar criatividade e organização no ataque. Se Dorival Júnior conseguir costurar esses elementos, o Timão pode retomar a rota rumo ao protagonismo no Brasileirão‑25.