Manchester City e Puma: o milionário acordo que revoluciona o merchandising no futebol

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Citye e Puma
Imagem; Divulgação

O Manchester City anunciou este mês uma prorrogação histórica do contrato com a Puma: o maior acordo de fornecimento de material esportivo da história da Premier League.

Avaliado em aproximadamente £1 bilhão (cerca de R$ 7,47 bilhões) para um período mínimo de dez anos, o contrato garante cerca de £100 milhões por ano ao clube (equivalente a R$ 746,6 milhões anuais).

Esse montante supera todos os acordos anteriores da Premier League, inclusive o contrato de Manchester United com a Adidas (£900 milhões em dez anos), e redefine os padrões de parcerias comerciais no futebol inglês.

O QUE TORNA O ACORDO REVOLUCIOINÁRIO

O novo contrato vai muito além do valor nominal. Dentro dos termos, há cláusulas que permitem à Puma encerrar a parceria em caso de condenações do Manchester City em processos de fair play financeiro, atestando a seriedade do compromisso e a disciplina do patrocinador.

Além disso, a colaboração não se limita ao time principal: abrange também as equipes feminina e de base, além de expandir a presença da Puma nos demais clubes do City Football Group espalhados por Melbourne, Girona, Mumbai, Montevideo e Bahia.

Outro diferencial está na inovação em merchandising. Em 2022, o clube lançou uma camisa no metaverso via Roblox; mais recentemente, convidou torcedores a desenharem futuros uniformes usando tecnologia de IA.

A Puma, por sua vez, adotou materiais sustentáveis como o RE:FIBRE que reaproveita retalhos têxteis e roupas pré‑usadas em novos uniformes desde 2024.

MUDANÇA NO MARKETING

Em termos comerciais, o acordo reflete um voto de confiança da Puma no valor global e no crescimento do Manchester City, especialmente após conquistas relevantes como a tríplice coroa em 2022‑23 e quatro títulos seguidos da Premier League entre 2020 e 2023, embora sem troféus na temporada anterior.

Segundo o jornal inglês Guardian, mesmo diante de questionamentos sobre a disparidade entre o valor do contrato (R$ 7,5 bilhões) e a real receita de merchandising do clube (estimada em cerca de £69 milhões ou R$ 515 milhões por ano), a Puma avaliou que esta era uma aposta estratégica no perfil aspiracional da marca e do patrocinado.

Ferran Soriano, CEO do City Football Group, declarou:

“Nos unimos à Puma com a ambição de superar expectativas. Fizemos isso e mais ao longo das últimas seis temporadas.”

Já o CEO da Puma, Arthur Hoeld, afirmou:

“A parceria com o Manchester City foi um grande sucesso dentro e fora de campo. Os troféus, o palco ideal para nossos produtos de performance e o sucesso comercial foram excepcionais.”

O IMPACTO NO FUTURO DO MERCHANDISING NO FUTEBOL

O acordo marca uma nova fase no design estratégico de parcerias esportivas. A convergência entre inovação tecnológica, narrativa de marca e esportividade oferece uma visão de merchandising baseada em experiências imersivas, personalização e sustentabilidade.

No futuro, espera-se que outros clubes busquem replicar esse modelo integrado, em que o fornecedor de material esportivo não seja apenas um prestador de uniformes, mas um parceiro global de conteúdo, varejo, branding digital e responsabilidade socioambiental.

LOJAS FÍSICAS

A expansão das lojas físicas e virtuais – como as City Stores em Manchester Arndale, Abu Dhabi e Rockefeller Center em Nova York – mostra o potencial de receita adicional com varejo internacional coordenado pela Puma via sua subsidiária STICHD.

Além disso, a inclusão de coleções voltadas à moda urbana e lifestyle faz com que as camisas deixem de ser apenas itens de torcedor e passem a integrar o guarda‑roupa cotidiano, ampliando o público‑alvo além dos fãs de futebol.

CONCLUSÃO

O contrato de £1 bilhão (R$ 7,5 bilhões) entre o Manchester City e a Puma simboliza um momento de virada no futebol moderno, onde parcerias transmídia, responsabilidade social e inovação se combinam para criar valor muito além dos gramados.

O modelo abre caminho para que o merchandising seja reinventado como uma plataforma estratégica – e não meramente transacional – no futebol global.