
O Re‑Pa 780, o maior clássico da Região Norte do Brasil, vai parar mais uma vez o Pará na próxima terça‑feira (14) às 19h30, no Estádio Mangueirão, em Belém. O jogo vale pela 32ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro e envolve realidades muito distintas desta temporada: o Remo busca o acesso à elite nacional, enquanto o Paysandu, lanterna do campeonato, luta para não ser rebaixado.
REMO FORTE E COM ‘CHEIRO’ DE G4
Sob o comando de Guto Ferreira, o Remo vive momento muito promissor. Na 31ª rodada, o Leão superou o Athletico‑PR em Belém por 2 x 1, encerrando um tabu histórico contra o Furacão e somando sua terceira vitória seguida na Série B deste ano.
Com esse triunfo, o Remo chegou aos 48 pontos, assumiu a sétima posição na tabela, e ficou a apenas dois pontos do G‑4, zona que leva ao acesso. A equipe teve uma mudança de atitude marcante desde a chegada de Guto ao comando do elenco. Ele destaca essa transformação:
“Quanto à questão da mudança de atitude, mudança de comportamento … Tínhamos um grupo que já tinha sido campeão estadual, conquistado um acesso no ano passado … Um grupo que começou a se acostumar a ganhar e que … estava perdendo confiança e tal”, afirmou o treinador.
A dependência excessiva de alguns jogadores-chave do elenco foi abandonada. Guto citou que “não podemos viver só nos gols do Pedro Rocha … temos que trazer outros … para que o adversário não se preocupe só com ele”.
A confiança do Remo está fortalecida dentro quanto fora de campo. A torcida, como sempre, promete lotar e empurrar o time em casa, principalmente no Mangueirão.
PAYSANDU: LANTERNA E PRESSÃO
O Papão da Curuzu chega ao Re‑Pa em situação desesperadora. Último colocado na Série B, com apenas 26 pontos em 31 jogos, a equipe vive um cenário muito delicado, com séria ameaça de rebaixamento.
A diretoria apostou no retorno de Márcio Fernandes para comandar o time na reta final da competição. É a terceira passagem do treinador pelo clube, onde tem boas recordações, especialmente pela permanência alcançada em 2024 em situação similar. Márcio afirmou recentemente:
“Primeiramente, quero dizer que é sempre uma honra voltar a um clube do tamanho do Paysandu, onde a gente já tem uma história. Sei que o desafio é maior agora, mas também sei da qualidade do grupo, conheço a maioria dos jogadores e tenho convicção de que temos totais condições de conseguir mudar esse cenário.” Após mais uma derrota do Papão fora de casa, ele fixou a meta clara para seu trabalho no clube:
“A única alternativa que nós temos é continuar a caminhada, temos sete partidas para ganhar seis, mas enquanto temos chance, nós temos que acreditar e trabalharmos para isso, não tem outra saída”.
Ou seja: são sete jogos restantes, seis vitórias necessárias, uma tarefa quase impossível para o Papão, mas o técnico segue com uma crença intacta no trabalho e no elenco.
INGRESSOS, TORCIDA E TRANSMISSÃO
Os remistas já esgotaram sua carga de ingressos para o clássico, mostrando empolgação geral com a campanha do Remo. A expectativa é de que a torcida azulina domine as arquibancadas. Os bicolores, por outro lado, deverão ser minoria no estádio, pois a situação de crise pesa não só nos resultados, mas também no ânimo da torcida.
A partida será transmitida pela ESPN, diretamente do Mangueirão, para todo o Brasil. Será momento de máxima visibilidade para os dois clubes, possivelmente decisivo.
RETROSPECTO, MOTIVAÇÕES E FATORES QUE PODEM DECIDIR
Alguns elementos aumentaram a tensão e definirão quem leva vantagem:
- Motivação distinta: Remo com pressão para entrar no G‑4; Paysandu com risco concreto de queda.
- Fator casa: Jogar em Belém com o Mangueirão lotado favorece o Remo; porém, clássicos têm suas próprias regras, independentemente de cenários.
- Estado emocional: A confiança de Remo está em alta; o Paysandu precisa de elevar o psicológico para encarar adversário motivado.
- Estratégia de jogo: Remo deve buscar controle, pressão e intensidade; Paysandu pode apostar em contra‑ataques ou explorar o nervosismo do rival.
- Desfalques, preparação física e capacidade de suportar o peso do clássico no fim da temporada serão decisivos.
EXPECTATIVAS PARA O CLÁSSICO
Para Remo, uma vitória significa firmeza no sonho do acesso. Se vencer, ganha moral para as últimas rodadas.
Para o Paysandu, mesmo um empate pode ter valor emocional, dando fôlego para as partidas finais. A derrota, entretanto, pode complicar muito mais a permanência na Série B.