Grêmio, sem dinheiro em caixa, mira Carlos Vinícius e avalia caminhos para reerguer campanha

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Torcida do Grêmio
Foto: Divulgação/Site do Grêmio

Com atuações abaixo do esperado e apenas um empate por 1 x 1 diante do Vasco na rodada passada, o Grêmio vive um momento de instabilidade no Brasileirão-25. O Imortal ocupa a 13ª posição, com 17 pontos, apenas três acima do Santos, primeiro da zona de rebaixamento.

Em meio à pressão por resultados, a diretoria do Tricolor gaúcho, que opera com orçamento reduzido, avalia reforços pontuais. No centro do debate está o nome de Carlos Vinícius, centroavante de 30 anos, que deixou recentemente o Fulham, da Inglaterra, e está livre no mercado.

QUEM É CARLOS VINÍCIUS?

Formado nas categorias de base do Santos e do Palmeiras, Carlos Vinícius buscou seu espaço no futebol europeu: teve passagens por Benfica, Tottenham, PSV, Galatasaray e, por último, Fulham. Pelo clube inglês, disputou apenas quatro jogos na última temporada (sem marcar) e teve seu contrato encerrado em 30 de junho

O centroavante busca afirmação, pois não balança as redes desde março do ano passado, quando estava no Galatasaray. Hoje, o jogador tenta reconquistar seu espaço e vê o Brasil como possível palco de recuperação profissional.

REFORÇO OU APOSTA ARRISCADA?

Para o técnico Mano Menezes, a chegada de um “9” experiente seria vital. O time tem enfrentado escassez de gols, especialmente com centroavantes que oscilam.

Um membro da comissão técnica, sob condição de anonimato, comentou: “O Grêmio precisa de alguém que possa decidir com qualidade, ainda mais em jogos sem espaço.” Já o coordenador de futebol, Rodrigo Andrade, avaliou: “Com pouco dinheiro em caixa, apostar num atleta livre como Vinícius faz sentido – se ele reencontrar o faro de gol”.

Por outro lado, analistas questionam a escolha: o centroavante não marca há mais de um ano e sua produção recente é questionável. Especialistas sugerem que o Grêmio busque jogadores com atuações mais consistentes no País – centroavantes jovens ou médios com maior envolvimento no jogo.

ALERTA

Do lado da torcida e da mídia, o alerta foi colocado por Igor Lampert, jornalista de esportes:

“Carlos Vinícius pode ser uma solução de custo quase zero, mas a pergunta que fica: ele ainda tem condição de jogo ao nível da Série A?”.

OUTROS NOMES NO RADAR DO IMORTAL

Além de Vinícius, o Grêmio já estuda alternativas mais seguras – mesmo que com custo. Três nomes atraem atenção:

  1. Jonathan Calleri (São Paulo) – Emprestável, centroavante tradicional, com bom faro de gol, mas difícil limar custo.
  2. Rafael Elias (Kyoto Sanga) – Jovem, promissor, envolvido no jogo e com valor viável, já se destacou em equipes menores da Série A/B.
  3. Ytalo (ex-Sport) – Atacante experiente, trabalha bem dentro da área, costuma aparecer em espaços reduzidos e habitat sob pressão.

Essas opções oferecem, de certa forma, maior garantia de entrega no ápice físico e tático exigido no Brasileirão, ainda que envolvam negociações mais complexas – com empréstimos, participações no salário e cláusulas por performance.

FALTA DE RECURSOS

O cenário financeiro complica. Grêmio não tem caixa folgado. A busca é por modelos criativos: empréstimos com parte do salário pago por investidores, acordos com direitos de imagem, premiações por gol e metas.

A ideia vem ganhando força: “A gente tem conversado com intermediários, investidores e até com vendedores de direitos de TV para viabilizar o modelo”, explica Dra. Paula Alves, gestora financeira do clube.

Há ainda um plano B: ativar jogadores das categorias de base e ajustar o sistema tático. Mano Menezes, que assumiu com proposta de compactação defensiva, pode recuar para três zagueiros e reforçar jogos de pivô, aproveitando melhor os meio-campistas.

RISCOS E RECOMPENSAS

Conseguir Vinícius custando pouco significa risco baixo. Se ele reencontrar o faro de gol, o impacto pode ser imediato. Mas se seguir sem rendimento, Grêmio desperdiça vaga que poderia ser ocupada por aposta mais sólida. Será um dilema entre custo zero e desempenho com rendimento comprovado.

Com amistosos agendados para a parada de outubro e reaplicação do calendário no final do mês, a janela de julho exige decisão rápida. A diretoria pretende avançar até a próxima segunda-feira.

Um prazo estendido poderia significar a busca por alternativas ou repetição de temporada com centroavantes pouco efetivos.