Marinho, atacante do Santos; amadurecimento profissional e consciência social

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Marinho
Marinho (foto: Ivan Storti / Santos FC)

Após passagens por vários clubes, o atacante Marinho chegou ao Santos em 2019 e está prestes a escrever seu nome definitivamente na história do clube, caso o time vença a final da Libertadores no Maracanã, próximo dia 30, às 17h, e conquiste o tetracampeonato da competição.

Com um estilo de jogo que engloba técnica, raça e explosão muscular, Marinho foi um dos destaques, talvez o maior deles, do Brasileirão, que está na sua reta final.

Começou a ganhar notoriedade com a camisa santista, não só pelo seu bom futebol, mas também pelo estilo irreverente. Gostava de batizar os gols que marcava. Um deles ficou na memória do torcedor, quando fez um gol de falta contra o Botafogo, pelo Brasileiro de 2019. Disse que era o “mini míssil aleatório”.  

Mas esse perfil mudou. Pertence ao passado. Disposto a fazer história no clube, Marinho foi encarando sua profissão cada vez mais a sério em todos os sentidos. Amadureceu, adquiriu visão social, sua importância para as novas gerações. Tornou-se também uma referência contra o racismo.

Em julho do ano passado, o jogador foi mais uma vítima do racismo no futebol, durante um jogo contra a Ponte Preta – Marinho foi expulso – pelo Campeonato Paulista.  A ofensa partiu do comentarista Fábio Benettii, que à época estava na rádio Energia 97. Ele chamou o jogador de burro e disse que o mandaria para a senzala”. Foi demitido da rádio.

Numa recente entrevista para uma emissora de televisão, Marinho falou sobre sua vida e a infância pobre – abaixo da linha da pobreza – o pai alcoólatra, a luta da sua mãe para criar os filhos, a quem um dia disse – “mãe, um dia a senhora vai ver eu jogar no Maracanã”. 

Marinho fez muito mais do que simplesmente jogar no Maracanã: tornou-se um dos destaques do futebol brasileiro, e vai disputar um grande final de Libertadores, de repercussão mundial, justamente no mesmo estádio que um dia sonhou jogar.