O atacante Vitinho, do Flamengo, recebe um passe à moda Gérson e, com o goleiro adversário vencido na jogada, toca de primeira e joga a bola para fora, que passou rente à trave. O lance ocorreu no jogo contra o Racing, que eliminou o time rubro-negro da Libertadores.
O gol que Vitinho perdeu, Romário – o gênio da grande área, frase cunhada por Cruyff, à época técnico do Barcelona, para onde foi Romário após deixar o PSV de Eindhoven, Holanda – não perderia, assim como Ronaldo, Reinaldo – maior artilheiro da história do clube Atlético Mineiro, com 288 gols – e Nunes, o artilheiro das grandes decisões, titular do time do Flamengo campeão da Libertadores e do Mundial em 1981.
Romário e Ronaldo são personagens do livro Gigantes do Futebol Brasileiro, dos jornalistas João Máximo e Marcos de Castro. O primeiro, um dos maiores centroavantes de todos os tempos, foi um dos destaques da Copa do Mundo de 1994, quando o Brasil conquistou o título. E Ronaldo, artilheiro com oito gols na Copa do Mundo de 2002, disputada no Japão e Coreia do Sul, no título do pentacampeonato.
Não basta ter um toque de bola apurado e superior ao adversário, atacar e, na hora decisiva, errar nas finalizações. Embora seja óbvio, não custa repetir. Futebol é bola na rede. Apesar das renovações táticas realizadas em todo o mundo, um centroavante nato faz falta.
O modelo de atuação de um centroavante, depende, claro, das opções táticas do técnico, das características do time ou determinadas circunstâncias do momento. Pode atuar fixo na área, ou sair para criar jogadas para os companheiros. Tostão – que jogava com a camisa 10 no Cruzeiro – fez isso com maestria na Copa do Mundo de 70, no México – Brasil tricampeão. Centroavante que criava jogadas fora da área. A jogada de empate contra o Uruguai, surgiu de um passe de Tostão, que estava próximo à lateral do campo, e deu um passe preciso para Clodoaldo, que dominou a bola e empatou a partida. Jogada de rara beleza, que só poderia ter sido realizada por jogadores com o talento de ambos. No segundo tempo o Brasil virou o jogo e venceu por 3 a 1 – gols de Jairzinho e Rivelino.
E talento sobrava na seleção de 70 – entre eles, o maior de todos – O Rei Pelé.
Neste Brasileirão, Keno, do Atlético Mineiro, e Gabigol, do Flamengo- artilheiro do Brasileirão do ano passado, com 25 gols – são representantes de destaque da posição.